Os achados acidentais de tantas tomografias na era Covid mostraram uma grande quantidade de nódulos pulmonares. O que fazer com eles? Continuar a acompanhá-los ou abandoná-los? Estas perguntas devem se basear em pesquisas sérias, e pesquisas sérias definem algoritmos eficientes; algoritmos eficientes estabelecem uma estratégia para enfrentar estes achados.

Diante deste cenário, o cirurgião torácico, Dr. Giovani Mezzalira explica que alguns fatores são importantes para que uma luz se acenda sobre a palavra malignidade ou benignidade. Alguns pontos chaves serão citados a seguir:

  • A história clínica do paciente. Exemplos: o tabagismo é um fator de risco; mulheres asiáticas com nódulos em vidro fosco apresentam uma predisposição genética para uma mutação, para um tipo de câncer de pulmão; a maior idade é um fator que pesa aumentando o risco assim como ter tido outros tipos de cânceres;
  • O tamanho do nódulo e suas características tomográficas.

Analisando uma publicação recente da Sociedade Internacional de Cirurgia Torácica, da qual o Dr. Giovani faz parte, pode-se ler sobre três entidades que criaram seus sistemas de acompanhamento de nódulos. Ao avaliar o tamanho, elas começam a sua sequência de ações a partir de dimensões muito próximas: uma começa com 5 mm, outra com 6 mm e outra com 7 mm.

As ações são semelhantes e uma sequência pode ser usada para cada caso. "Esta pode iniciar com uma biópsia da lesão, ou uma nova tomografia de 3 meses a 6 meses, ou uma tomografia de corpo inteiro chamada de Pet-ct; ou até a ressecção minimamente invasiva usando as técnicas por vídeo ou por robótica. Claro que cada cidade segue com os serviços que dispõe, mas aqui em nossa região podemos optar por qualquer destas avaliações e condutas", destaca o médico.

Dr. Giovani realizando uma cirurgia minimamente invasiva pela cabine de comandos do sistema robótico. Foto: Divulgação/Dr. Giovani

A partir deste ano a cirurgia robótica torácica foi incorporada ao armamentário de investigação e tratamentos da Clínica Toracopulmonar. Nestes últimos meses, quatro pacientes de Jaraguá do Sul e região foram operados pelo Dr. Giovani com a técnica robótica. Dois deles em Blumenau, um em Curitiba e outro no Hospital Israelita Albert Einsten em São Paulo.

'A resposta para conduzir perfeitamente estes achados é o acompanhamento, portanto, procurem um cirurgião torácico, pois o achado de um nódulo pode refletir a maior chance de cura - já que um nódulo pode significar um estágio inicial de Câncer Pulmonar.

Nódulo pulmonar encontrado no exame de tomografia de tórax em paciente Covid. Foto: Divulgação/Dr. Giovani

Sobre o especialista

O Dr. Giovani W. Mezzalira (CRM-SC 8611) atende na Clínica Toracopulmonar em Jaraguá do Sul. É formado em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde também se especializou em cirurgia geral. É cirurgião torácico, especializado pelo Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, mestre em cirurgia torácica pela PUC/PR, possui certificação em Cirurgia Robótica pelo Instituto Falk (PR) e pós-graduação em Cirurgia Robótica pelo Hospital Israelita Albert Einstein (SP).