A doença como um caminho: um olhar diferente para o câncer de mama

Por: Elissandro Sutil

20/10/2021 - 08:10 - Atualizada em: 21/10/2021 - 16:22

Aproveitando o Outubro Rosa, a nutróloga Dra. Cristiane Molon aproveitou para abordar o tema câncer de mama com outro olhar. Iniciando pela definição do que é câncer: são células que crescem de forma desordenada, com metabolismo diferente dos outros tecidos. Gostam de ambiente ácido e não precisam de muito oxigênio para sobreviver. E para refletir… Qual é a função da mama? Segundo a especialista, basicamente nutrir a prole e manter o “ninho”.

“Sempre penso no sentido biológico do órgão afetado. Por que que ocorreu o câncer na mama? Estava passando por algum conflito relacionado ao “ninho”, “nutrir o filho”, “filhos”, “família”, normalmente com um sentido de insatisfação e de não se sentir capaz”, afirma a médica.

Segundo ela, a genética influencia em mais ou menos 25%, o restante é determinado pela epigenética, ou seja, o ambiente em que vive e como vive (como se alimenta, que horas dorme, o que fala, o que pensa, o que sente, no que acredita, como se relaciona consigo mesma e com os outros) estes fatores determinam em 75% a qualidade de vida. De acordo com os hábitos pode-se apertar o gatilho ou silenciar o gen da doença.

Uma vez diagnosticado o câncer, já não se pode falar em prevenção. Prevenção se faz antes de aparecer uma célula tumoral, com a alimentação equilibrada, gerenciamento do estresse e das emoções, com a auto-observação e mudanças de hábitos.

Dra. Cris destaca que quando o corpo, ou seja, a vida está bagunçada, com hábitos pouco saudáveis como: dormindo mal, comendo mal, emocional abalado ou estresse descontrolado temos um terreno biológico favorável para qualquer tipo de desordem, seja um infarto, uma infecção urinária, depressão, síndrome de pânico, gastrite, anemia que não melhora e até mesmo um câncer.

“O tumor não cai do céu de um dia para o outro e se instala na mama, as células vão se desorganizando aos poucos, antes de aparecer uma lesão estrutural no órgão, ocorreu uma lesão a nível de átomos, moléculas e depois a alteração de células e órgãos. Este processo leva um tempo para acontecer. Normalmente, antes do diagnóstico acontece um estado de “adormecimento” para a vida pessoal, em que a saúde não era a prioridade”, explica a nutróloga.

Como prevenir?

O autoexame é uma estratégia para conhecer o próprio corpo, no entanto os cuidados diários com a saúde são essenciais como: preferir alimentos naturais (sem agrotóxicos), ingerir água de qualidade, dormir mais cedo, controlar o estresse, observar as emoções, cultivar uma atitude mental positiva, se exercitar, ter momentos de lazer e fazer as pazes com o passado.
“A doença é um caminho, uma nova chance de se aceitar, deixar ir o passado, perdoar e se colocar em primeiro lugar. A doença é um sinal de que velhos condicionamentos precisam ser reeditados”, enfatiza a médica.

Ela ainda destaca que na conexão com a natureza pode estar a melhora da saúde. As pessoas estão deficientes de natureza, falta aterramento: andar descalço, pisar na grama, na areia, na terra, para descarregar a imensa carga de radiação invisível proveniente da radiação eletromagnética, de celulares, wi-fi, redes de antenas. “Parece tudo inofensivo, no entanto não é. Fazemos parte da natureza e a desconexão nos deixa desvitalizadas, doentes, estressadas um ambiente favorável para doença inflamatória, como o câncer”, complementa.

Dra. Cris faz questão de enfatizar que as mulheres precisam voltar a sentir a vida, a ouvir o coração. O intelecto usa máscaras para esconder o sofrimento e racionaliza o tempo todo. O coração não mente, é o que é.

“Escute a voz do seu coração, ouça a sua música interior, esteja mais presente no agora, abandone o passado com todos os ressentimentos que vivem na sua memória, isso te faz muito mal. A tristeza, os ranços e as mágoas ficam guardadas no corpo, nas mamas, no útero, na bexiga, nos músculos, no fígado. A tristeza pede ajuda pelo olhar”, enfatiza a especialista.

Uma pergunta para fazer diante de uma doença ou de um câncer: “O que eu preciso aprender?” “O que eu preciso perdoar?” “O que eu preciso deixar ir?”

A fé e a confiança são bálsamos poderosos. A fé é um estado de espírito, você pode resgatar a sua fé pelo treino diário. Mulher, pratique a gratidão por tudo que aconteceu na sua vida, curta a família, abrace seus filhos, fale para as pessoas que elas são importantes, libere o perdão para você mesma, deixe a autocobrança e os julgamentos de lado. Busque aquela conexão profunda com o teu SER. Em momentos desafiadores o que importa é o que você conquistou internamente, o seu poder está aí. Se você está viva, existe uma chance – permita-se!

Sobre a especialista

A Dra. Cristiane Molon (CRM-SC 11384 | RQE 10352) é nutróloga formada em medicina pela UFSC e pós graduada em prática ortomolecular e modulação hormonal, saúde da família, medicina estética e estudante de saúde quântica, programação neurolinguística e hipnose.