Morre Leão-marinho resgatado em Florianópolis com bala na cabeça

O leão-marinho-do-Sul (Otaria flavescens), resgatado no Canal da Barra da Lagoa, em Florianópolis, na tarde de quarta-feira (14) morreu na manhã desta sexta-feira (16). O animal, um macho adulto, estava extremamente magro. Os resultados dos exames apontam que ele estava anêmico, desidratado, com sinais sugestivos de pneumonia e infecção. Durante o exame necroscópico foi encontrado uma bala (projétil) de arma de fogo.

De acordo com a presidente da R3 Animal e coordenadora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS/Florianópolis), Cristiane Kolesnikovas, os exames de sangue detectaram que o mamífero estava com hipoglicemia e elevação de glóbulos brancos. “Isso é um indicativo de infecção no organismo”, explica.

 

O leão-marinho media 2 metros e 90 centímetros e pesava 225 quilos | Foto Nilson Coelho/R3 Animal

 

 

O leão-marinho media 2 metros e 90 centímetros e pesava 225 quilos. A idade será descoberta a partir de exames nos dentes, que foram coletados para análise. Além disso, foram coletadas amostras de órgãos durante a necropsia para auxiliar na identificação dos motivos da debilidade e possível causa que levou o animal a óbito. Independentemente do resultado, o projétil alojado na cabeça pode ter contribuído para o estado de debilidade geral do animal.

O leão-marinho foi avistado por moradores no canal da Barra da Lagoa, que acionaram a R3 Animal por meio do PMP-BS. Uma força tarefa foi montada para resgatar o animal e transportá-lo até o Centro de Pesquisa, Reabilitação de Animais Marinhos (CePRAM). Durante a contenção e o cerco do animal, já era possível notar que ele estava com movimentos letárgicos e quase não reagia à presença da equipe.

 

 

Ainda na quarta-feira, o pinípede foi hidratado e medicado. Mesmo com todos os esforços da equipe, o leão-marinho morreu nesta sexta-feira.

 

Uma força tarefa foi montada para resgatar o animal e transportá-lo até o Centro de Pesquisa, Reabilitação de Animais Marinhos (CePRAM) | Foto Nilson Coelho/R3 Animal

 

Os leões-marinhos que costumam aparecer em nossa região, durante o inverno, na maioria das vezes, são adultos e subadultos. Estes animais são oriundos de colônias reprodutivas do Uruguai e Argentina. Porém, desde 2019 já pudemos observar grupos de até 12 animais em costões da Ilha de Santa Catarina.

No Rio Grande do Sul, existem grupos de leões-marinhos que habitam os Refúgios de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos, em Torres, e do Molhe Leste, em Rio Grande, duas unidades de conservação dedicadas a resguardar o descanso e alimentação destes animais.

 

Durante o exame necroscópico foi encontrado uma bala de arma de fogo | Foto Nilson Coelho/R3 Animal

Eles vivem entre 18 e 20 anos, as fêmeas podem atingir o tamanho 2 metros e 20 centímetros e pesar 150 quilos, enquanto os machos, podem medir mais de 2 metros e meio de comprimento e pesar cerca de 350 quilos.

Fique atento

  • Em caso de encalhe deste animal ou outro mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!
  • O CePRAM/R3 Animal fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.
  • O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.
  • O objetivo do PMP-BS é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
  • O PMP-BS é realizado desde Laguna até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. Em Florianópolis, o Trecho 3, o projeto é executado pela R3 Animal.