Leste e Sul da Ilha são regiões com menor cobertura de vacinação de pólio e sarampo

Foto: Arquivo / Agência Brasil

Por: Schirlei Alves

04/07/2018 - 14:07 - Atualizada em: 04/07/2018 - 19:20

De acordo com a Vigilância Epidemiológica de Florianópolis, a cobertura de vacinação da poliomielite na Capital divulgada pelo Ministério da Saúde não corresponde com a realidade. Segundo a gerente Ana Cristina Vidor, existe um problema na migração dos dados entre o MS e a Vigilância Municipal.

A mesma instabilidade de sistema já havia sido relatada pela Secretaria Estadual da Saúde em relação ao site que disponibiliza as filas do Sistema Único de Saúde.

Conforme Ana Cristina, a cobertura de vacinação de pólio em crianças menores de um ano foi de 77,7% em 2017, e não de 40,98%, como foi divulgado pelo MS. Apesar de não estar tão baixa quanto o dado divulgado pelo órgão federal, a gerente mantém o estado de alerta. A margem de segurança para qualquer vacina é de 95% de cobertura.

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“Essas notícias falsas, divulgadas principalmente por mídias eletrônicas, que muitas vezes não possuem filtros, assusta os pais e disseminam boatos. Isso gera insegurança e as pessoas acabam buscando cada vez menos a vacinação”, lamentou Ana Cristina.

As regiões com menor cobertura de vacinas na Capital são o Sul e o Leste da Ilha – onde há maior concentração de iniciativas naturais. Ana Cristina alerta que essas comunidades com baixa cobertura estão mais vulneráveis às doenças contagiosas.

“É importante saber que as vacinas estão disponíveis permanentemente nas unidades de saúde. Quem se sensibilizar deve procurar o posto mais próximo. As crianças e os adultos devem ser vacinados. Temos 49 salas de vacinação no Município”, reforçou a gerente.

A partir de 6 de agosto, as secretarias de saúde iniciam nova campanha de vacinação da pólio com o intuito de alertar a população. No entanto, as vacinas podem ser encontradas durante todo o ano.

A Vigilância também faz alerta para a vacinação contra o sarampo, uma vez que há surto da doença no Norte do País. A cobertura da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) alcançou 86% das crianças menores de 1 ano em 2017, em Florianópolis.

POLIOMIELITE

Conforme o Ministério da Saúde, a poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, freqüentemente, não ultrapassa três dias.

Acomete em geral membros inferiores, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.

Transmissão

  • Contato direto pessoa a pessoa;
  • Pela via fecal-oral;
  • Por objetos;
  • Alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores;
  • Gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar);
  • Falta de saneamento, más condições habitacionais e de higiene são fatores que favorecem a transmissão.

Tratamento

Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, fazendo tratamento de suporte.

Prevenção

A vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. Confira o esquema de proteção no Calendário Nacional de Vacinação.

SARAMPO

Segundo o Ministério da Saúde, o Sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. A presença do vírus no sangue provoca vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas, inclusive pelas perdas consideráveis de eletrólitos e proteínas.

Isso resulta no quadro espoliante característico da infecção. Além disso, as complicações infecciosas contribuem para a gravidade do Sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

Nos climas tropicais, a transmissão parece aumentar depois da estação chuvosa. O comportamento endêmico do Sarampo varia, de um local para outro, e depende basicamente da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade da população, além da circulação do vírus na área.

Sintomas

  • Febre alta, acima de 38,5°C;
  • Exantema maculopapular generalizado;
  • Tosse e coriza;
  • Conjuntivite e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, que antecede de 1 a 2 dias antes do aparecimento do exantema.

Diagnóstico

O diagnóstico laboratorial é realizado mediante detecção de anticorpos IgM no sangue na fase aguda da doença, desde os primeiros dias até quatro semanas após o aparecimento do exantema (erupção cutânea na pele).

No Brasil, a rede laboratorial de saúde pública de referência para o Sarampo utiliza a técnica de ELISA para detecção de IgM e IgG.

Transmissão

Ocorre de forma direta, por meio de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, a elevada contagiosidade da doença. Também tem sido descrito o contágio por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados, como escolas, creches e clínicas.

A transmissão ocorre de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento do exantema. O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível.

O Sarampo afeta, igualmente, ambos os sexos. A incidência, a evolução clínica e a letalidade são influenciadas pelas condições socioeconômicas, nutricionais, imunitárias e àquelas que favorecem a aglomeração em lugares públicos e em pequenas residências.

Prevenção

A vacinação contra o Sarampo é a única maneira de prevenir a doença. O esquema vacinal vigente é de uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e a segunda dose da vacina tetra viral aos 15 meses de idade.

Veja Calendário Nacional de Vacinação

Os casos suspeitos de sarampo, gestantes, < 6 meses de idade, imunocomprometidos não devem receber a vacina. A gestante deve esperar para serem vacinadas após o parto. Caso esteja planejando engravidar, assegure-se que você está protegido. Um exame de sangue pode dizer se você já está imune à doença. Se não estiver, deve ser vacinada antes da gravidez. Espere pelo menos quatro semanas antes de engravidar.

Tratamento

Não existe tratamento específico para o Sarampo. É recomendável a administração da vitamina A em crianças acometidas pela doença, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. O tratamento profilático com antibiótico é contraindicado.

Para os casos sem complicação, manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a hipertermia. Muitas crianças necessitam de quatro a oito semanas para recuperar o estado nutricional que apresentavam antes do Sarampo. Complicações como diarreia, pneumonia e otite média devem ser tratadas de acordo com normas e procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

*Com informações do Ministério da Saúde

 

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