O governo federal anunciou o corte de 30% no orçamento das universidades e institutos federais no dia 30 de abril.
O bloqueio de recursos afetará o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) em Jaraguá do Sul, que precisará replanejar os investimentos no segundo semestre, devendo acarretar em perdas importantes aos alunos.
De acordo com o diretor-geral do Câmpus Jaraguá do Sul, Jaison de Maia, se a decisão do governo não for revertida, os prejuízos acabam sendo inevitáveis, tanto nas aulas, quanto na manutenção das instituições, como custos em energia elétrica, água, vigilância e limpeza.
Os equipamentos laboratoriais também devem ter um controle mais rígido pelos custos com material, comprometendo as aulas práticas.
“Nós vamos ficar com mais aulas teóricas por falta de material. Também vamos perder orçamento voltado para pesquisa e extensão, eventos que movimentam toda a comunidade. Tudo precisa ser repensado, se teremos condições de fazer”, destaca.
Corte deve afetar as atividades práticas, como nos laboratórios | Foto Arquivo OCP News
Desde 2016, o orçamento do IFSC não recebe nenhum incremento para intensificar as ações. Segundo o diretor-geral, enquanto o orçamento era o mesmo, os preços dos materiais aumentou e eles tiveram que segurar na manutenção e compra de equipamentos.
Para o diretor, a perda mais importante é justamente na identidade da instituição, diminuindo aspectos tão defendidos no dia a dia e que moldam a rotina do IFSC.
“Vamos perder qualidade na formação técnica e profissional, que se faz a sua base com aulas práticas no laboratório, com saída de campo e viagem de estudos”, lamenta.
Diretores e estudantes buscam cancelar corte
Atualmente, o município atende cerca de 2,2 mil estudantes, sendo 1,2 mil na unidade do Rau e mil no Centro.
Jaison conta que o valor total represado anualmente de Brasília ao estado soma R$ 23,5 milhões, e como existem 22 unidades em Santa Catarina, cada unidade deverá perder cerca de R$ 1 milhão para o custeio.
O diretor disse que nos dias 14 a 16 de maio, os diretores da região Sul estarão reunidos com o objetivo de repensar o planejamento para o restante do ano. A ideia inicial é reverter essa decisão de corte, seja na sua totalidade ou parte dele.
Para Jaison, corte vai afetar projetos importantes do IFSC | Foto Eduardo Montecino/OCP News
Além dos representantes das instituições federais estarem lutando para anular as perdas, Jaison diz que alguns estudantes estão organizando movimentos para conscientizar a sociedade e mostrar a importância das atividades no instituto.
O IFSC emitiu uma nota oficial, onde demonstra uma preocupação com a perda de aspectos importantes aos 50 mil alunos da instituição, deixando eles menos capacitados para ajudar a sociedade.
“O mercado de trabalho perde, a economia enfraquece, a cultura desaparece do cotidiano e o desenvolvimento do país estaciona”, diz a nota.
A reitoria informa que muitas atividades ligadas aos alunos, como ensino, pesquisa e extensão, terão que ser paralisadas, pois com o recurso que será disponibilizado, o instituto não conseguirá finalizar o ano letivo.
Ao anunciar os cortes, o Ministério da Educação disse que o governo ainda vai estudar quais universidades e institutos terão um corte menor do que o restante, levando em conta o desempenho acadêmico e o impacto no para o mercado de trabalho.
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