Muito antes da pandemia do novo coronavírus atingir o país, Vera Lúcia Dagnoni Notari, de 62 anos, já desempenhava um importante papel como voluntária em entidades sociais.
Morando há mais de 35 anos em Balneário Camboriú, em uma das ruas mais movimentadas da cidade, ela agora aproveitou as aptidões, os materiais que tem em casa e a localização privilegiada para ajudar a quem precisa.
Assim, em menos de um mês, confeccionou cerca de 1.500 máscaras, que vêm sendo doadas diariamente.
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A filha, Giovanna, 23 anos, conta que a mãe é uma pessoa muito ativa. Participa da Rede Feminina de Combate ao Câncer e é voluntária no Projeto Bonecas da Alegria, na confecção de bonecas de pano para levar aos hospitais infantis.
Quando o vírus chegou à cidade e a colocou em isolamento, Vera, por estar no grupo de risco, passou a se questionar sobre como poderia ajudar mesmo nessa condição.
“Ela sempre foi costureira e observou que havia muitos tecidos aqui em casa. E, antes da Prefeitura começar a distribuir as máscaras, o que está sendo feito agora, as pessoas da saúde que a conheciam vieram recorrer a ela para costurar máscaras para hospitais e para a rede de saúde”, conta Giovanna.
O tempo foi passando e a vontade de dar suporte a mais pessoas se intensificou no coração de Vera. Desde o início da pandemia, ela percebeu que as pessoas estavam muito desesperadas por não saberem o que vem pela frente.
Por fazer parte de grupo de costura e receber doações de tecidos do irmão, dono de uma malharia em Blumenau, a costureira percebeu que tinha tudo para ajudar ainda mais a comunidade.
“Comecei a confeccionar máscaras para parentes e outras pessoas e vi a necessidade de ampliar essa atitude, porque havia muita gente desesperada”, revela.
Por não poder sair de casa, pensou na melhor maneira de entregar os acessórios a quem precisa sem se colocar em risco.
Daí surgiu a ideia de pendurar as máscaras na grade da residência, junto à calçada, com um bilhete que explica que qualquer pessoa pode pegar o acessório, gratuitamente.
100 máscaras por dia
Há mais de 20 dias, ela passou a colocar 10 a 20 máscaras na grade em frente à casa, localizada em uma rua que corta a cidade desde a praia até a rodovia BR-101, e possui grande fluxo de carros e pessoas. Com o passar do tempo, foi aumentando a produção.
“Hoje, coloco cerca de 100 máscaras às 8h e ao meio-dia não tem mais nenhuma. Não controlo a quantidade que eles levam. Me sinto emocionada, pois algumas pessoas agradecem pelo gesto. Recebi uma flor de uma mulher como agradecimento e chorei”, relembra.
Vera calcula que até então ofereceu mais de mil máscaras no “varal solidário” improvisado, sem contar as doações para familiares, amigos e comércio.
“Eu digo ao meu marido que agradeço a Deus por ter essa malha aqui e poder fazer isso, porque senão eu iria pirar nessa quarentena. É só gratidão mesmo, por estar ocupada e fazendo o bem ao próximo. É doação de coração mesmo”, garante.
A produção ainda deve continuar e, hoje, passou a atender mais um propósito social. “Agora, ela colocou uma plaquinha no portão para ajudar as pessoas que estão sem emprego, fazendo máscaras para essas pessoas venderem e terem uma renda”, destaca Giovanna.
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