Áreas de risco começam a ser avaliadas para novo mapeamento de Jaraguá do Sul

Bairros Rio Molha, Czerniewicz, Águas Claras e Boa Vista são algumas das localidades com pontos de risco | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

18/09/2018 - 05:09

Depois da tragédia de 2008, onde 13 pessoas morreram, 7,3 mil casas foram atingidas e oito deslizamentos de grande porte foram registrados, Jaraguá do Sul ganhou um mapeamento com mais de dois mil pontos classificados como áreas de risco por todo território.

Dez anos depois, um novo mapeamento começou a ser feito pela empresa Agrosig, do Rio Grande do Sul, por meio de contrato com a Prefeitura.

A medida, conforme o diretor de Habitação, Luís Fernando Almeida, vai corrigir possíveis “exageros” que podem ter sido cometidos na época, com o objetivo de evitar que mais famílias fossem vítimas de desastres naturais.

Conforme Almeida, a Agrosig começou a trabalhar no mapeamento há cerca de um mês e já concluiu a primeira etapa do projeto, que estabelece a metodologia do estudo que será aplicado. O prazo para concluir o mapeamento, correndo desde agosto, é de seis meses.

“Estamos cobrando agilidade, mas também qualidade por parte dessa verificação, pois se trata da segurança de muitas famílias”, explica Almeida. Segundo o diretor, há pontos irregulares em diversos locais do município, como nos bairros Rio Molha, Czerniewicz, Águas Claras e Boa Vista.

O bairro Águas Claras, conforme Almeida, tem quase sua totalidade interditada como área de risco de maneira genérica. Os pontos que forem considerados impróprios para habitação novamente, vão continuar no mapa de áreas de risco. Entretanto, muitos que ficarem de fora dessa lista vão passar pelo processo de regularização fundiária.

“Isso vai beneficiar a vida dos moradores, porque quem reside nessas casas que estão irregulares atualmente, não consegue autorização para novas obras no local e o Habite-se, por exemplo, além de ter o imóvel desvalorizado, um patrimônio reduzido a nada”, aponta o diretor.

Moradores que seguirem em áreas mapeadas como de risco devem ser notificados novamente. “O correto é não morar nesses locais, mas eles estão assumindo esse perigo. Vamos analisar junto com a assistência social essa questão também”, pondera Almeida.

O investimento deve ser de pouco mais de R$ 183 mil, valor previsto em licitação. Para o diretor da Defesa Civil, Hideraldo Colle, o novo mapeamento é muito importante para orientar a população e lembrar os riscos que as pessoas estão se expondo ao construir em lugares irregulares.

Empresa vai analisar diferentes critérios

De acordo com o geógrafo Romelito Reginatto, da Agrosig, a empresa, levando em conta os outros estudos feitos sobre a cidade e uma base de variáveis, fez um mapeamento preliminar e o modelamento matemático que será utilizado para o trabalho.

Com essa simulação, eles vão gerar um mapa de risco próprio, que será apresentado para a Prefeitura. Depois, a equipe da Agrosig vai a campo para validar as informações levantadas.

Entre os critérios geológicos levados em consideração, estão o tipo de solo, a topografia do município, o declive, a densidade dos rios e córregos, a densidade do alinhamento geológico – que pode acentuar a declividade e aumentar o risco de deslizamento, o uso do solo, das encostas e das áreas ocupadas.

“A fase mais trabalhosa é de campo, a cartográfica. Com ela concluída, o mapeamento é apresentado em audiência pública”, comenta Reginatto. O geógrafo aponta que ainda não há um parecer sobre as áreas de risco de Jaraguá do Sul porque o estudo está na etapa inicial.

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