Ser um exemplo positivo para os filhos é o desejo de toda mãe, e os hábitos de vida podem ser passados em vários aspectos, inclusive no esporte.
Se a prática em qualquer modalidade é prazerosa, a possibilidade de fazê-la na companhia dos filhos, então, é ainda melhor. Isso, pelo menos, é uma certeza na família Kreiss, de Jaraguá do Sul.
Corredora há uma década, Viviane, de 44 anos, sempre educou o filho Andreas, 15, sobre os benefícios do esporte e da atividade física para uma vida mais saudável.
Mas ela não poderia imaginar que pequenos conselhos para prática esportiva seria um dos pontos fundamentais para o menino conquistar uma trajetória de sucesso no atletismo.
Atleta desde criança, passando por handebol, basquete e karatê, Viviane Uber Kreiss conheceu a corrida em 2009.
Na época, uma prova de triatlo virou o ponto de partida para uma paixão irredutível pelo esporte, que fez ela deixar rapidamente as provas curtas de 5km e 10km para virar maratonista.
Do lado de fora, Andreas ainda pequeno, observava cada passo e viu a dedicação da mãe como uma grande inspiração para também virar atleta. E não deu outra.
Companheiro no dia a dia e torcedor assíduo nos mais diversos eventos disputados por Viviane, ele deixou o futebol, aos 11 anos, para seguir os passos da figura materna. Primeiro, entrou em grupos de corrida.
Porém, duas temporadas depois, passou a fazer parte da equipe de atletismo de Jaraguá do Sul, onde encarou por diversos estilos até se tornar um dos principais atletas do país nos saltos em altura e com vara, nas categorias Sub-16 e Sub-18.
Se antes, a mãe era vista como um espelho para um futuro no esporte, hoje, há uma troca mútua, com Andreas repassando conhecimentos adquiridos nos treinos e competições para evolução de Viviane.
“O Andreas me ajuda muito. Nunca liguei tanto para alongamento, técnicas de corrida, e ele me ensinou a melhorar. Passei muita motivação e hoje por ser muito técnico ele me corrige. Isso é muito legal”, destaca a professora de inglês.
Histórias como essas fazem todos a crer que o esporte tem essa capacidade, unir mãe e filho até mesmo nas diferenças, afinal um sempre vai torcer pelo bem do outro.
“Isso é muito positivo, porque ela (Viviane) sempre me incentivou nos esportes e reforçando o que tenho que fazer. E hoje eu faço o mesmo com ela, dando dicas que aprendo nos treinos. Um ajuda e evolui com o outro, então é uma conexão muito boa”, declara o garoto.
Da maratona a novos desafios
Movida a desafios, Viviane Uber Kreiss deu corpo a um projeto assim que correu a primeira maratona, em Curitiba (PR): completar as seis principais maratonas pelo mundo, antes dos 40 anos. Apesar do pouco tempo, cumpriu a meta.
Fez a de Nova York-EUA, Boston-EUA, Chicago-EUA, Londres-ING, Berlim-ALE e Tóquio-JAP, este cravando seu melhor tempo, com 3h30min. No Brasil, ainda realizou as provas tradicionais de São Paulo e Rio de Janeiro, fechando o ciclo de 10 maratonas.
Agora, por incentivo do filho, a maratonista está prestes a encarar novos desafios. Além da Meia Maratona de Pomerode, ela vem se preparando para representar Jaraguá do Sul nos Jogos Abertos de Santa Catarina, nas provas de 1.500m e 5.000m.
“Nunca deixei de treinar e o Andreas acompanhou isso, sabendo que tem de ter disciplina, boa alimentação, horas de sono e vivenciar isso para ter bons resultados. Eu gosto de desafios, então vou me dedicar para me sair bem nessas provas””, afirma.
Do Brasil para o mundo
Após quase desistir do atletismo por algumas frustrações pessoais no início da carreira, Andreas Lothar Uber Kreiss seguiu os conselhos dos pais e resolveu seguir no esporte, se dedicando intensamente nos treinamentos. A recompensa veio anos depois, com as inúmeras conquistas a nível estadual e nacional.
Só em 2019, o jovem de 15 anos faturou cerca de 15 medalhas e se colocou como líder do ranking brasileiro Sub-16 e Sub-18 no salto com vara, inclusive, batendo o recorde nacional da categoria menor, no último fim de semana, com 4,12m.
“Me sinto muito feliz por ser o favorito e só penso em melhorar minhas marcas. É uma sensação muito boa representar Jaraguá em eventos nacionais, com chances de quebrar recordes e medalhas”, comenta.
Até o fim do ano, ele ainda representa a equipe jaraguaense no Brasileiro Sub-18 e em duas competições estaduais, antes de embarcar para uma nova fase da vida.
Em janeiro, o garoto se muda para Austrália, onde vai morar com o tio para terminar o ensino médio, mas sem deixar o atletismo de lado.
“Vou encontrar uma grande estrutura e acredito que possa me dar bem nas competições por lá, quem sabe, conseguir um bolsa atleta. Ainda não decidi o que quero fazer futuramente, mas o esporte sempre vai estar me acompanhando”, finaliza.
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