Incompreendidos do carnaval jaraguaense: o orgulho de carregar a bandeira

O casal carregou a bandeira do bloco Em cima da hora por três anos consecutivos | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

28/02/2019 - 05:02

Com o carnaval se aproximando, as pessoas que amam a folia desse período começam a ficar ansiosas para sentir a energia contagiante do samba.

Foi justamente essa energia que fez com que a autônoma Cristiane Regina da Silva se apaixonasse pela festa quando tinha apenas nove anos.

 

 

Atualmente com 34 anos, ela relembra a época de infância, quando sua vizinha e amiga, Iracema Pinheiro, criadora do bloco “Em Cima da Hora”, a levou para participar do primeiro desfile.

A paixão pelo samba e pelo carnaval de rua em Jaraguá do Sul foi crescendo com a jovem | Foto Eduardo Monteino/OCP News

Segundo Cristiane, ela foi a primeira pessoa da família a se apaixonar pelo carnaval, já que seus familiares nunca participaram de festas como essa.

Casal lamenta preconceito e descaso

A paixão de Cristiane pelos desfiles é tanta que quando ela casou com Tiago Martins Vieira, em 2002, não se contentou em parar e o arrastou para a festa.

Em seu primeiro desfile, Tiago, de 35 anos, já entrou no clima e percebeu que havia gostado de estar no meio da folia e da alegria do carnaval, a partir daí, participar dos blocos virou sua prioridade nessa época do ano.


Ele lamenta que ainda exista tanto preconceito em relação à festa brasileira e defende que o carnaval pode ser aproveitado sem tumultos.

“Tem muita gente que critica e fala que é ‘putaria’, eu acho que vai de cada um, a nossa família desfila há mais de 20 anos e fazemos por amor e diversão”, comenta.

Já para Cristiane a queixa é outra, ela alega que o carnaval é pouco valorizado pelo poder público na região e defende que a festividade deveria receber um apoio e verba maior. Ela também argumenta que em épocas de outras festas típicas não existe tanto descaso.

Adrenalina durante o desfile

Apaixonados pelo samba e pelo carnaval, Cristiane e Tiago já atuaram como porta-bandeira e mestre-sala do bloco Em Cima da Hora.

Os dois desfilaram juntos por três anos consecutivos, iniciando em 2014 e parando em 2016, ultimo ano que teve carnaval de rua em Jaraguá do Sul.

“Tudo começa com a adrenalina, quando ouvimos o cavaco ficamos apreensivos, tentamos fazer o melhor para representar a escola e mostrar todo o alto astral que significa o carnaval”, afirma Tiago.

Segundo Cristiane, o entrosamento com Tiago ajuda no momento do desfile | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Cristiane define o momento em que inicia o desfile como um misto de emoção, ansiedade e euforia. Segundo ela, é nesse momento que as borboletas invadem o estômago e a vontade de chorar de emoção fica quase incontrolável.

 

 

O orgulho de ser responsável por carregar a bandeira do bloco é notável em Cristiane, para ela, esse é o maior símbolo da escola. “É no momento em que seguro a bandeira que penso que todos os ensaios valeram a pena”, comenta, emocionada.

A porta-bandeira e o mestre sala também acreditam que é muito importante influenciar as pessoas a manter a cultura do samba vivo. Por isso, eles fazem questão de levar os dois filhos para participar de todas as festas de carnaval que frequentam.

 

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