40 anos de Parque Malwee: a história e o dia a dia do cartão-postal de Jaraguá do Sul

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Gustavo Luzzani

27/09/2018 - 11:09 - Atualizada em: 27/09/2018 - 12:15

Surgia em 27 de setembro de 1978 um lugar que transformou Jaraguá do Sul, reunindo natureza, bem-estar, esporte e história. Nesta quinta-feira (27), o Parque Malwee completa 40 anos, sendo o ponto turístico mais visitado e grande cartão postal da cidade.

No início da década de 1970, Wolfgang Weege viajou pela Europa e percebeu que havia muitos parques públicos nos países do velho continente. Inspirado pelos lugares que visitou, ele começou a mapear áreas em Jaraguá do Sul onde pudesse criar seu próprio espaço ecológico.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

O destino final era uma localidade que continha apenas arrozeira e uma vasta mata pelada, sem vegetação nativa. Mas depois da compra do terreno, a área começou a receber árvores de várias partes do mundo, como também da região Norte de Santa Catarina.

E foi após muito trabalho que o sonho de Wolfgang se tornou realidade e o parque ganhou vida. O engenheiro ambiental do parque, Bruno Luz Martins, 31 anos, comenta que aves e demais bichos foram surgindo naturalmente ao longo do tempo.

“Hoje contamos com 133 mil aves catalogadas, o que é muito para um parque urbano”, ressalta.

Bruno comenta que ter um parque como esse ajuda a manter uma rotina de sustentabilidade dentro da empresa. Nessa linha, os profissionais da Malwee ficaram dois anos montando um Plano de Sustentabilidade válido até 2020.

“São cinco características principais: desenho de produtos, fornecedores, processos têxteis, varejo e uso pós uso”, explica.

Ao longo dos 40 anos anos foram diversos prêmios de sustentabilidade recebido pelo local, como o Expressão de Ecologia, prêmio que está há mais tempo no Brasil, com 25 anos. Wolfgang Weege e Wander Weege também conquistar prêmios no quesito personalidades ambientais.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

O espaço reúne diversas atrações para visitantes e amantes da natureza, abrigando 16 lagoas, mais de 35 mil árvores, exóticos, nativos do bioma Mata Atlântica e animais silvestres. Martins complementa que o mural mosaico na entrada do parque é considerado o maior da América Latina.

Leia também – Afinal, quanto custa para manter o Parque Malwee?

Cada folha em seu lugar

O parque conta todos os dias com pessoas trabalhando para manter tudo nas melhores condições. Segundo a presidente da Associação Recreativa Malwee (Armalwee), Edna Zamboni, o lugar tem oito vigias, duas recepcionistas, um atendente de museu e duas zeladores.

Além de jardineiros, onde a manutenção do jardim é feita por uma empresa terceirizada, enquanto os cuidados gerais são realizados por seis pessoas do Grupo Malwee.

Com a roçadeira na mão, Anderson André Weiler, 33 anos, vai aparando os jardins do Parque Malwee com o maior cuidado. Ele está comandando uma equipe de cinco funcionários nos intensos trabalhos preparando o local para receber uma série de eventos, como a comemoração dos 40 anos e a etapa de um evento de cicloturismo.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Weiler, como é conhecido pelos amigos, está desde os 16 anos na Malwee, sendo 10 deles na jardinagem. E o momento que mais lhe marcou foi no lançamento da revista comemorativa do aniversário dos 36 anos do parque, em 2014.

“Me emocionei na época, porque tinha todos os jardineiros. Fomos reconhecidos e bem valorizados”, ressalta

Seu auxiliar de jardinagem o acompanha em todos esses anos. Raulino Tomaseli, de 62 anos, em conjunto com outros quatro jardineiros está em todos os cantos ajudando a Malwee, seja na empresa, no parque, ou outras demandas que surgem. “É muito bom trabalhar em contato com o ar puro”, declara

Espaço para amantes de esporte

O esporte está entre uma das atrações do Parque Malwee, com quadras de futsal, vôlei de areia, futebol e trilhas. Um desses espaços é frequentado por praticantes do bicicross. Guilherme Bourscheidt, anda na pista há quase 20 anos. “É difícil ver uma pista assim no Brasil”, conta.

Há um ano e meio, Guilherme é professor da modalidade e busca atrair cada vez mais “bikers” jaraguaenses. Ele comanda treinos de terça e quinta, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 16h30. Na parte da noite entram em ação os pilotos com mais experiência no bicicross.

Local é perfeito para aprender sobre natureza

Praticamente todos os dias é possível observar escolas fazendo excursões pelo Parque Malwee. Na semana do aniversário foi a vez dos alunos do 1º ano da escola EMEF Ribeirão Cavalo.

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Para a professora Débora Ziemann, de 38 anos, a visita ao parque ajuda a despertar o senso crítico e científico nas crianças.

“Um lugar com biodiversidade que eles podem aprender na prática sobre natureza”, descreve.

Gustavo Luan Furlan, de apenas 6 anos, foi um daqueles que utilizou a visita para destacar algo aprendido na sala de aula. Quando a turma passava por uma árvore ele apontou o dedo para o líquen da árvore, quando a professora perguntou o que isso significava, os alunos entoaram um “ar puro”.

Em busca de tranquilidade

Sozinha, na beira lagoa, sentada no gramado, é assim que Patricia Simone Martini, de 31 anos, costuma passar suas horas vagas. E se alguém questionar a psicóloga sobre sua rotina ela retruca. “Existe algo melhor do que isso? Tranquilidade e uma conexão com a natureza”, comenta.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Patricia ressalta de ter um ambiente assim na cidade, onde as possam ter contato com meio ambiente, com paz e serenidade. “É um lugar tranquilo, que transmite de tudo o que há de bom”, completa.

Outra pessoa que busca manter o contato com a natureza é Ilson Grhli, de 60 anos. O aposentado trabalhou 32 anos na Malwee e hoje anda com sua bicicleta vermelha pelos cantos cobertos de verde. Ele faz questão de ressaltar que mais lugares assim seriam bem-vindos em Jaraguá do Sul.

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