SOS! Previsão do tempo pode acabar no Brasil

Por: Elissandro Sutil

28/11/2017 - 11:11 - Atualizada em: 28/11/2017 - 11:47

Apesar de receber manutenção constante, o supercomputador Tupã, principal responsável pela realização da previsão do tempo no Brasil, pode deixar de funcionar a qualquer momento. Isso porque a máquina localizada no Centro de Previsão de Tempo e Meteorologia (Cptec) do Inpe, em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo, está próxima do que os especialistas chamam de “fim da vida”.

“Se isso acontecer, o Cptec para”, afirma o chefe de operações do Cptec Gilvan Sampaio. “Sem a máquina, não temos como gerar as previsões”, prossegue o especialista, ressaltando a possibilidade de que a previsão do tempo pode simplesmente deixar de ser realizada de maneira precisa por aqui.

Apresentando, o supercomputador Tupã. (Foto: Divulgação)

Sampaio lembra que, na última semana, a máquina quebrou no domingo e só foi consertada na terça-feira. Isso porque o contrato de prestação de manutenção da máquina venceu e não foi renovado, mas a companhia responsável por manter o Tupã funcionando continuou a realizar o serviço mesmo sem pagamento, contudo apenas em dias de semana.

Como segunda, 20 de novembro, foi feriado em São Paulo, a previsão do tempo do dia 21 foi realizada com dados defasados do dia 19.

O Tupã foi adquirido em 2010 por R$ 50 milhões e, à época, a sua capacidade de realizar 258 trilhões de cálculos por segundo o colocava entre os 30 supercomputadores mais rápidos do planeta. Atualmente, ele não está sequer entre os 500 mais rápidos do mundo.

De acordo com Sampaio, o padrão seria adquirir uma nova máquina a cada quatro anos, mas isso não foi feito, apesar de solicitações constantes de recursos desde 2014.

De acordo com o Estadão, o custo estimado para realizar a troca seria de R$ 120 milhões, mas o Inpe conseguiu apenas R$ 10 milhões para realizar reparos e substituições de componentes pontuais a fim de dar uma sobrevida de dois anos ao Tupã. E o panorama para o futuro não é nada animador, isso porque licitar, comprar e instalar um novo supercomputador levaria cerca de dois anos (e o dinheiro para isso sequer foi liberado).

Fonte: Techmundo