O nome Ângelo Rubini soa familiar para os moradores de Jaraguá do Sul e região, principalmente ao bancário aposentado Márcio Luís Schiochet, de 52 anos. Bisneto do imigrante italiano que foi um dos pioneiros na cidade, ele escreveu o livro “Ângelo Rubini – Mestre Ferreiro: o imigrante empreendedor”.
Nas 367 páginas, Schiochet faz novas descobertas sobre a vida do “nonno”, que imigrou da Itália para o Brasil, em 1891.

Foto Eduardo Montecino/OCP News
Inicialmente, ele, junto dos pais Pietro e Bortola Sartori Rubini, e mais dois irmãos, ficaram no território onde atualmente se situa Rio dos Cedros. Na época, o local era chamado de Encruzilhada, na Colônia de Blumenau.
Em 1898, conforme documentos do Arquivo Histórico de Jaraguá, a família se mudou para a Colônia Jaraguá, adquirindo terrenos onde está localizado o Museu Histórico Emílio da Silva. Oito anos depois, Rubini permutou essas terras com Ângelo Piazera e foi morar no bairro Barra do Rio Cerro.
Schiochet teve contato com as histórias do bisavô pelo tio Mario Marinho Rubini. “Fiquei curioso com os relatos e comecei a pesquisar. Até então, sabia que ele tinha sido ferreiro”, comenta.
Procurando por fotos e documentos, o bisneto encontrou escrituras antigas de diferentes imóveis que Rubini tinha sido proprietário. “Outro papel que me chamou atenção foi a doação de todos os bens que ele tinha para os 11 filhos, dividido de forma igualitária entre os homens e mulheres”, destaca o escritor.

Rubini e esposa Maria Satler Rubini em 1912 | Foto: Arquivo Histórico
A ideia inicial da família era colocar todas as informações em um site, mas com tantas fotos e arquivos, Schiochet se arriscou a colocar tudo em um livro. “Se eu tinha dezenas de cabelos brancos, agora tenho centenas”, brinca o bancário aposentado.
Foi analisando todos essas histórias e documentos que ele descobriu o espírito empreendedor do bisavô. Rubini começou com uma ferraria, e depois agregou ao negócio o engenho de cana, serraria, moinho, marcenaria, descascador de arroz e casa comercial.

Serraria e engenho Rubini | Foto: Arquivo Pessoal
Na década de 1940, criou as empresas Rubini Irmãos Ltda, Posto Rubini Ltda, Agro Industrial Retorcida Ltda e Transportes Andorinha Ltda. Schiochet enfatiza que ele também foi atuante na comunidade e na política, sendo um dos personagens que lideraram o movimento de emancipação do distrito Jaraguá, em 1934.
“O livro, além de resgatar a história de toda a família, busca valorizar os pioneiros que deram o pontapé inicial no desenvolvimento da cidade. Ângelo Rubini não é o nome de uma rua apenas por causa de terrenos que ele tinha naquela região, e sim pela importância que teve”, aponta o escritor.
Livro foi lançado durante encontro de família
As histórias que o escritor Márcio Schiochet escutava sobre o bisavô Ângelo Rubini eram reais, “estavam documentadas”, como ele declara.

Foto Eduardo Montecino/OCP News
Muitos dos acontecimentos que estão no livro foram encontrados na Hemeroteca Digital Catarinense, onde estão disponibilizadas mais de 1,2 mil edições do jornal O Correio do Povo.
Cerca de 400 edições do livro “Ângelo Rubini – Mestre Ferreiro: o imigrante empreendedor” foram impressas e distribuídas entre familiares, personalidades de Jaraguá do Sul e entidades e associações históricas. A edição não está à venda.

Lançamento do livro foi entre familiares | Foto: Arquivo Pessoal
O lançamento da obra aconteceu no dia 22 de julho, data de aniversário de Ângelo Rubini. Os integrantes da família Rubini se reuniram para celebrar o momento especial.
De acordo com Schiochet, o espírito empreendedor do bisavô continuou na família. Entre os vários empresários, está Cecília Ana Rubini Menegotti, fundadora da Malhas Menegotti que recebeu a comenda Ordem do Mérito Industrial concedida pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
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