Explorando o mundo do caviar: da origem ao prestígio

Foto: Pixabay

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

07/05/2024 - 14:05 - Atualizada em: 07/05/2024 - 14:48

Na década de 1950, Charlie Chaplin compartilhou mil palavras de sua autobiografia com o jornal russo Izvestia, e os soviéticos compensaram o ícone do cinema mudo com quatro quilos de caviar, equivalendo aproximadamente a uma colher por palavra.

Enquanto isso, o magnata grego Aristóteles Onassis preferia seu caviar prensado, como os camponeses, enquanto Christian Dior adornava seus ovos malpassados com as ovas mais cobiçadas do mundo.

O caviar, símbolo máximo de luxo, não é para qualquer um. Há aqueles que podem se deliciar com ele e aqueles que só ouvem falar, como na música de Zeca Pagodinho.

Mesmo ao longo dos anos, com guerras e o surgimento de novas civilizações, o caviar mantém sua reputação intacta há séculos, seja no Brasil, na França, nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar do mundo.

Este ingrediente é uma verdadeira referência, simples e direta. As ovas de esturjão, peixes pré-históricos com mais de 250 milhões de anos, são o epítome do “le savoir-vivre”, uma expressão francesa que sugere aproveitar a vida ao máximo.

O consumo de ovas de peixe é difundido em todo o mundo, seja de salmão, truta ou tainha, mas nenhuma delas pode ser tecnicamente chamada de caviar.

Caviar verdadeiro refere-se exclusivamente às ovas não fertilizadas de certas espécies de esturjão euroasiáticos e norte-americanos. Existem 27 espécies, mas quatro delas são as mais desejadas: Almas, Beluga, Oscietra e Sévruga.

Essas espécies habitam principalmente o mar Cáspio, que abriga quase todos os peixes selvagens que ainda não foram extintos no planeta.

Os mais cobiçados do mundo

Entre as preciosidades gastronômicas mais desejadas do planeta está o caviar, e o mais caro deles é o Almas, que em russo significa “diamante”. Originário da região hoje conhecida como Crimeia, no sul da Ucrânia, este caviar é regularmente vendido por US$ 34.500 (cerca de R$ 178 mil) o quilo, conquistando o título de alimento mais caro do mundo, segundo o Guinness Book – o Livro dos Recordes. Ele provém exclusivamente do esturjão-albino, uma espécie que pode ultrapassar os 100 anos de idade.

Já o caviar Beluga é produzido por peixes de grandes proporções, que chegam a pesar entre 600 e 800 quilos. Originário do mar Cáspio, no Irã, suas ovas são as maiores entre todas as variedades de caviar, algumas alcançando o tamanho de uma ervilha. Com cores que variam do cinza-prateado ao cinza-escuro quase preto, possui uma quantidade equilibrada de sal e um leve sabor amanteigado, sendo por muito tempo reservado exclusivamente às famílias reais.

Por sua vez, o esturjão Oscietra é de tamanho bem inferior ao Beluga. Atualmente, a maioria desses peixes é cultivada para assegurar uma produção contínua e a qualidade do produto final. Suas ovas têm uma consistência agradável e um sabor sutil, com variações de cores que vão do marrom escuro ao dourado. Quanto mais claras, mais valiosas, indicando que são provenientes de esturjões mais antigos.

Por fim, o Sevruga é a variedade mais comum e que se reproduz com maior rapidez. Suas ovas são menores e apresentam tons de cinza perolados. Seu sabor caracteriza-se por notas marcantes de mar e uma textura ligeiramente cremosa.

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