Senai de Joinville cria ‘robô pintor’ para Petrobras

Foto André Ribeiro/Petrobrás

Por: Pedro Leal

10/09/2021 - 12:09 - Atualizada em: 10/09/2021 - 12:15

A Petrobras desenvolveu o primeiro robô para operação autônoma em área classificada – de risco – da indústria de óleo latino-americana. Sob o nome Tupã Ex, o robô poderá operar em ambiente offshore ou terrestre, integrando diferentes sistemas, sensores, câmeras e detectores com capacidade de inspeção visual HD/termográfica, além de análise de espectro sonoro para detecção de vazamento de gases.

Dotado de esteiras, será capaz de transpor obstáculos como degraus e escadas, acessando os locais mais remotos. A máquina irá somar-se a outra inovação desenvolvida pela companhia, o robô pintor, já em operação. A Petrobras tem mais de R$ 100 milhões em investimentos realizados e planejados para próximos anos.

Os primeiros testes do Tupã Ex estão previstos para o fim do ano. Segundo especialistas do Centro de Pesquisas da Petrobras, o Cenpes, há poucas iniciativas semelhantes no mundo.

A Petrobras também desenvolveu um mecanismo, já patenteado e em operação, capaz de realizar a preparação da superfície e pintar grandes superfícies planas verticais, como cascos de navios e plataformas. O sistema, resultado de uma parceria com o Instituto Senai de Inovação de Joinville, também é pioneiro no mundo, em termos de conceito e produtividade e está licenciado para ser produzido comercialmente por empresas.

Utilizado no casco da P-47, na Bacia de Campos, o robô pintor possibilitou a redução da exposição humana ao risco em 88% e a diminuição dos custos de manutenção em 84%. Este ano a máquina será utilizada em outras plataformas, sem comprometimento das operações. O projeto gerou, ainda, um segundo robô para pintura, capaz de operar em áreas curvas, como tanques e esferas para armazenagem de combustíveis, que deve estar pronto no fim do ano.

Desenvolvido para realizar inspeções autônomas e remotas, a fim de aumentar a segurança das pessoas e das operações, o projeto é resultado da parceria dos cientistas da Petrobras com uma startup, a Instor, selecionada em edital do Programa Petrobras Conexões para Inovação, uma ação da companhia para estreitar o relacionamento com o ecossistema de inovação.

“Ao unir a força da Petrobras com as startups, sonhos grandes podem virar realidade. Com o Programa Conexões para Inovação conseguimos desenvolver grandes soluções que geram mais valor para a companhia, sustentabilidade e aumento na segurança das operações. Esse projeto se soma aos mais de 15 projetos voltados para o desenvolvimento de robôs e drones, com potencial de retorno não só para a Petrobras, mas, também, para a indústria e toda a sociedade,” afirma o Diretor de Transformação Digital e Inovação da companhia, Nicolás Simone.

O robô é autônomo, ou seja, é possível programá-lo para realizar todo o serviço sem a necessidade de um operador humano, nem mesmo à distância. Com os dados completos da unidade já instalados em seu software, ele pode determinar a necessidade de reparos e a qualidade dos materiais instalados.

Totalmente alinhado às práticas de transformação digital que a Petrobras implementa nas operações, ele também será capaz de registrar os dados obtidos e rastrear facilmente as informações que forem produzidas durante sua ronda. Segundo seus idealizadores, o equipamento será utilizado para inspeção, mas poderá ser aperfeiçoado para executar outras operações.

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