Patrimônio negativo da Americanas supera R$ 31 bilhões

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Por: Pedro Leal

26/02/2024 - 16:02 - Atualizada em: 26/02/2024 - 16:30

A Americanas encerrou os três primeiros trimestres de 2023 com um patrimônio líquido de R$ 31,2 bilhões negativos – uma queda de 16,8% em comparação com os R$ 26,7 bilhões de passivos a descoberto que a varejista tinha no final de 2022.

As informações são do Valor Econômico.

Passivo a Descoberto, ou Patrimônio Negativo, descreve a situação em que os passivos de uma companhia superam os ativos – ou seja, em que as dívidas superam o que o a empresa tem.

O patrimônio líquido é uma das principais contas das demonstrações contábeis, que mostra o valor que cabe aos acionistas da companhia.

A companhia afirmou em relatório acompanhanhando a divulgação dos seus resultados trimestrais que o prejuízo acumulado de R$ 4,6 bilhões entre janeiro e setembro impactou negativamente o indicador. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (26).

O prejuízo resultou da combinação entre queda nas vendas da varejista e as despesas financeiras, cuja contabilização se faz necessária até o momento da homologação da proposta de recuperação judicial e da novação de suas dívidas.

A empresa registrou um resultado financeiro negativo em R$ 2,18 bilhões nos três primeiros trimestres do ano passado, 45,7% melhor que o resultado do mesmo período do ano anterior.

A rede afirma que o desempenho é reflexo do desmonte das operações de swap ocorrido no primeiro trimestre de 2023, o que gerou receita financeira. No entanto, sem esses instrumentos, as dívidas da Americanas passaram a sofrer com o câmbio. “O efeito líquido no período foi uma despesa financeira adicional”, afirma a Americanas.

O endividamento da Americanas ao fim de setembro de 2023 era de R$ 33,4 bilhões, uma piora de 10,6% na comparação com dezembro.

O endividamento bruto, no entanto, caiu 4% com a liquidação dos contratos de swaps e quitação de cotas do Fenix FIDC.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).