Depois de muita espera, na terça-feira (17) em Chapecó, no Oeste do estado, o jornalista Matheus Antônio Kraemer, de 24 anos, recebeu de uma forma inusitada a primeira dose da vacina contra a Covid-19.
Matheus foi receber a imunização vestido de Zé Gotinha, o personagem brasileiro criado para as campanhas de vacinação contra o vírus da poliomielite. E se a figura já chama a atenção das pessoas principalmente do público infantil, com o jornalista não foi diferente.
O jovem chegou na unidade de saúde do bairro Santa Maria em um fusca vermelho e fantasiado. Segundo ele, a energia mudou totalmente no local. O jornalista chamou a atenção e até parou para fotos.
“Quando cheguei percebi a felicidade nas pessoas. Eu fui sozinho me vacinar, então me ajudaram e até fizeram fotos e vídeos. Além de tudo, gerou um sentimento de solidariedade nas pessoas e eu consegui gerar um impacto positivo nas pessoas”, conta.
Para Matheus, esse foi um momento muito aguardado, então decidiu registrar e comemorar de uma forma especial. O jornalista já tinha em mente se fantasiar para ir receber a vacina, mas a decisão pelo Zé Gotinha foi intencional para conscientizar as pessoas sobre a importância da imunização.
“Se vacinar é um ato de respeito à vida, minha e do próximo. Tratei esse dia como um dia histórico, para celebrar a vida. A fantasia do Zé Gotinha serviu para mostrar a vacinação de uma forma positiva”, enfatiza.
Matheus não contraiu a Covid-19, mas lamenta a perda de milhares de pessoas. Apesar de não ter tido contato com o vírus, teve amigos internados e familiares que faleceram. Para ele, a vacinação é a única saída e a esperança para a retomada da vida pós-pandemia.
O jornalista ainda lembra que no início da pandemia, quando Chapecó vivia um lockdown, sentiu de perto a angústia e o medo.
“Lembro que era 15h e precisei ir ao mercado. As ruas da cidade estavam vazias, era um silêncio assustador. Lembro que senti uma preocupação extrema com tudo que vivemos desde que esse vírus chegou”.
Esse foi mais um motivo para o jornalista se emocionar no momento da vacinação.
“Ontem quando sai pelas ruas e encontrei as pessoas foi muito emocionante e me fez refletir ainda mais sobre a importância da ciência e do SUS. Se tem vacina, precisamos nos vacinar. A pandemia ainda não acabou, mas vamos sair dessa”, complementa.