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Saúde alerta para aumento de casos de esporotricose em Jaraguá do Sul

Foto: Divulgação

Por: Elisângela Pezzutti

05/07/2025 - 07:07

A Secretaria de Saúde de Jaraguá do Sul está atenta ao aumento de casos de esporotricose no município. De acordo com dados do setor de Zoonoses, em 2024 foram registrados sete casos da doença em animais e nenhum caso em humanos. Porém, neste ano, já há 42 animais passando por tratamento – sendo 17 gatos de rua atendidos em clínicas conveniadas com a prefeitura e 25 animais domésticos – e 12 casos da doença em humanos confirmados pela Vigilância em Saúde. Conforme a diretora da área, Talita Piccoli Sevegnani, em 2021 ocorreram os primeiros registros da doença em Jaraguá e, agora, o aumento significativo de casos acende um alerta para que a população fique atenta ao problema.

Transmissão

O fungo que causa a esporotricose, considerada uma micose, está presente na natureza e geralmente é encontrado no solo, na vegetação em decomposição, palhas e madeiras, podendo ser transmitido por farpas ou espinhos e também por animais contaminados. Mas, apesar da esporotricose já ter sido relacionada a arranhaduras ou mordeduras de cães, ratos e outros pequenos animais, os gatos são os principais animais acometidos e podem transmitir o fungo para os seres humanos por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada. Não há registro de casos de transmissão da doença entre seres humanos.

Sobre a doença

Segundo informações do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Dermatologia, os sinais da esporotricose surgem depois que o fungo penetra na pele, quase sempre por meio de pequenos ferimentos. A primeira lesão geralmente se parece com uma picada de inseto, mas pode evoluir para nódulos ou feridas mais profundas e difíceis de cicatrizar.

Em situações mais graves, quando o fungo alcança os pulmões, ocorre um quadro clínico semelhante ao da tuberculose, com sintomas que incluem tosse, febre, dor no peito e dificuldade para respirar. A infecção também pode atingir os ossos e articulações, causando inchaço e dores parecidas com as de uma artrite infecciosa.

A gravidade da doença varia de acordo com o sistema imunológico da pessoa e a profundidade da infecção. O tempo entre o contato com o fungo e o aparecimento dos sintomas também varia muito, podendo ir de poucos dias até cerca de seis meses.

Já as manifestações clínicas mais observadas no gato são feridas na face, principalmente no focinho, orelhas e patas, embora possam atingir qualquer parte do corpo do animal. Também pode haver áreas de alopecia (sem pelo).

Como se proteger

*Usar luvas e roupas de mangas longas ao manusear material proveniente do solo e plantas; usar calçados em trabalhos rurais.
*Em casos de arranhadura ou mordida por animal doente ou com suspeita da doença, é necessário lavar bem o local do ferimento com água e sabão; se for em mucosa, água ou solução fisiológica e logo em seguida procurar atendimento médico.
*Animais doentes ou com suspeita da doença deverão ser isolados em local seguro, realizando-se a limpeza e desinfecção do ambiente, de utensílios, brinquedos e outros objetos de contato com o animal com água sanitária.
*Animais doentes ou com suspeita da doença não devem ser abandonados, pois além de ser uma atitude cruel, isso causaria a disseminação do fungo; animais mortos devem ser cremados ou incinerados, jamais enterrados, pois isso contaminaria o solo.
*Indivíduos com lesões suspeitas de esporotricose devem procurar atendimento médico imediato e levar seus animais domésticos ao médico veterinário.

Foto: Divulgação

Gatos também são vítimas

A ONG Gang dos Patinhas reforça que, embora sejam transmissores, os gatos também são vítimas da esporotricose, e sinais da doença não devem ser motivos para “crueldade ou abandono”.

Se você encontrar um animal de rua com sinais de esporotricose, entre em contato com a Fujama (Fundação Jaraguaense do Meio Ambiente) pelos telefones (47) 3273-8008 ou (47) 9913-7306 (noites e finais de semana). Lembrando que abandono e maus-tratos contra animais são crimes previstos em lei, com detenção de 1 a 4 anos e pagamento de multa.

 

 

 

 

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Elisângela Pezzutti

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.