A construção da história de Pomerode e das cidades que integram a Rota Alemã, como Jaraguá do Sul, ocorreu por meio da dedicação de muitas famílias que investiram o seu suor a cada dia desde que desembarcaram em terras brasileiras.
A história conta sobre a luta das famílias que viviam na Pomerânia e que sonhavam com um “Novo Mundo” em que pudessem prosperar através dos trabalhos que poderiam prestar e que em comunidade fazer uma cidade promissora.
Mais de 30 famílias construíram essa história, cada uma com a sua singularidade e oferecendo o que tem de melhor. São elas:
- Zin(h)ke;
- Kressin;
- Weege;
- Jandre;
- Hoge;
- Hein;
- Böder;
- Ehlert;
- Klemann;
- Blank;
- Achtenberg;
- Reinke;
- Goede (Göde);
- Ramlow;
- Radünz (Raduenz);
- Fischer;
- Konell;
- Ramthum;
- Arndt;
- Ewald;
- Lindemann;
- Heinrich;
- Lemcke;
- Siewert ou Siewerdt;
- Grutzmacher;
- Gunther ou Guenther;
- Marquardt;
- Maass (Maas, Mass, Mahs)
- Dallmann;
- Koch;
- Hornburg;
- Riemer.;
- Sell;
- Strelow
Weege
Uma das famílias mais marcantes na história dos municípios que integram a Rota Alemã é a família Weege, que carrega no DNA o empreendedorismo e a dedicação em contribuir para o crescimento de uma comunidade, sociedade e fazer a diferença.
De acordo com o caderno, “Pomeranos no Vale Europeu”, ao longo da nossa história da família Weege as crises sempre foram “um motor” que impulsiona um novo status para a realidade vivenciada até tal momento.
No pequeno Vale do Rio do Testo (Pomerode), a família Weege exerceu na plenitude esse instinto de buscar a evolução. Eles emigraram da vila de Labes do Kreis Regenwalde da antiga Pomerânia. Johann Carl Friedrich Wilhelm Weege (1823 – 1888) e sua esposa Henriette Düsing (1820 – 1897) chegaram ao Brasil em 1868, juntamente com os quatro filhos: Auguste, Friedrich, Carl e Albertine.
O filho Carl Weege, casou-se mais tarde com Caroline Auguste Sophie Grützmacher e negociou a aquisição de um lote de terra com a Companhia Colonizadora. Ele cultivou a terra da qual saía a sobrevivência como todos os demais imigrantes.
Em 1919, construiu um comércio de secos e molhados, um salão de bailes e um engenho para moer milho (atafona). Em 1920, Auguste morre e Carl inconsolado desiste de viver na vila e migra para Jaraguá do Sul aos 64 anos de idade. Descendentes de Carl e Auguste continuaram os negócios em Pomerode Fundos, e hoje a empresa Frigorífico Zinnke é a continuidade do empreendimento.
Mas muito antes de Carl Weege empreender no ano de 1919, a história de outro empreendedor da família começava a ser traçada. Carl e Auguste tiveram 15 filhos, entre eles Hermann Weege, ele morou em Itajaí e em Curitiba.
Mais tarde decidiu regressar para a casa dos pais, e a viagem foi feita de bicicleta de Curitiba a Pomerode. Em 1901 Hermann casa-se com Pauline Karsten. No mesmo ano, eles decidem fundar seu próprio negócio. Iniciando seu comércio de secos e molhados. Logo ele se posicionou como “uma ponte” entre o produtor rural e a comercialização dos excedentes para fora da vila.
Os negócios foram ampliando e Hermann decide incorporar ao comércio um abatedouro de suínos que almejava a produção de carne, embutidos e banha.
Em 1912 ele adquiriu o primeiro automóvel de Pomerode. Também “bancou” a construção da estrada nos tempos livres com o apoio de uma equipe, e depois doou a estrada aos órgãos públicos.
Em 1913 construiu o primeiro hotel de Pomerode em um terreno da Firma Weege. Que concentrava os eventos sociais da comunidade, onde mais tarde também se concentrava a parada dos ônibus que passavam pela cidade.
Em 1916, a Firma Weege empreende a primeira usina elétrica. Por volta de 1918 Hermann implantou uma pequena indústria de laticínios e no mesmo ano uma fábrica de gelo.
Na produção de lácteos Hermann foi extremamente exitoso, em parte, por estar localizado numa das maiores bacias leiteiras do Estado naquela época.
Em 1931 ele patrocina a implantação da primeira linha telefônica entre Blumenau e Pomerode, distribuindo sete aparelhos na cidade, além do instalado na Firma Weege. Em 1932, fundou o primeiro Zoológico de Santa Catarina. E a Firma também adquiriu os primeiros caminhões de Pomerode.
Hermann participou ativamente do cenário político: foi vereador de Blumenau e deputado estadual. Entre as conquistas como deputado estão as melhorias na estrada Blumenau/Pomerode e a estrada Pomerode/Jaraguá.
Em 1936, a Firma de Hermann Weege foi transformada em Sociedade Anônima e passou a chamar-se Indústria e Comércio Hermann Weege S.A., quando os filhos Victor e Arno assumiram a direção.
A esposa de Hermann, Pauline Karsten Weege, realizou ações importantes para a comunidade de Pomerode, como a doação de terreno para a construção de uma praça de esportes, atual Sociedade Esportiva Floresta, e a doação de um terreno e materiais para a construção de uma sede esportiva – Associação Atlética Hermann Weege.
Como já mencionado, Carl Weege abalado com a morte da esposa, migra para Jaraguá do Sul onde passa a morar com seu filho Wilhelm que já tinha exercitado seu espírito empreendedor na região de Jaraguá do Sul. Em 6 de janeiro de 1906, quando começou um comércio de secos e molhados associado a uma queijaria. Mais tarde avançaram com uma indústria de laticínios (Tabú).
Em 1968 nascia a Malwee Malhas (composição das palavras malha e Weege) pelas mãos do filho de Wilhelm, Wolfgang Weege. Wandér Weege, filho de Wolfgang que continuou e expandiu os negócios da família, também demonstrou grande apreço as suas origens e valorização da cultura ao idealizar o Museu do Imigrante na localidade onde seu bisavô Carl havia se assentado quando emigrou da Pomerânia.

Foto: Arquivo/
Wandér, por intermédio desta e inúmeras outras iniciativas contribui restabelecendo na memória da cidade a relevância desta família empreendedora pomerana que durante muito tempo foi o alicerce econômico de Pomerode e parte da região de Jaraguá do Sul.