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Atividade física contribui para o crescimento de crianças e adolescentes, aponta estudo

Foto: Freepik

Por: Priscila Horvat

19/05/2025 - 12:05 - Atualizada em: 19/05/2025 - 12:39

A prática de atividade física vai muito além de gastar energia e manter o peso corporal. Para crianças e adolescentes, o movimento é parte fundamental do processo de crescimento e desenvolvimento. Um documento científico da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), divulgado em maio deste ano, reforça que os benefícios da atividade física atingem múltiplos sistemas do organismo infantil: melhora a saúde cardiovascular, respiratória, neurológica, óssea, muscular e até a saúde mental.

A pediatra Bruna de Paula ressalta que o estudo é um alerta importante para pais e educadores. “O recente artigo da SBP reforça que a atividade física não deve ser vista apenas como forma de combater a obesidade e o sedentarismo. Ela traz benefícios amplos e fundamentais para o desenvolvimento infantil, como melhora do sono, do humor, da cognição, da saúde mental e da socialização. Reduzir seu papel apenas ao controle de peso é um erro. O ideal é incentivar o movimento diário como parte essencial do crescimento saudável da criança”, afirma.

Benefícios vão do crescimento à cognição

Segundo o documento da SBP, atividades físicas de intensidade leve a moderada são seguras e recomendadas desde os primeiros anos de vida. Já a partir dos seis anos, o ideal é acumular pelo menos 60 minutos por dia de movimento moderado a vigoroso, como correr, nadar ou brincar com bola. Entre os principais benefícios estão:

  • Aumento da densidade mineral óssea, prevenindo osteoporose no futuro;
  • Melhora da sensibilidade à insulina e do perfil lipídico;
  • Estímulo ao crescimento muscular e ósseo;
  • Desenvolvimento da cognição, memória e flexibilidade mental;
  • Fortalecimento do sistema imunológico e melhora do humor.

“Muitos pais ainda acreditam que certos esportes podem atrapalhar o crescimento das crianças, principalmente atividades de impacto. Mas, na verdade, quando a atividade física é bem orientada, respeita a fase de desenvolvimento da criança e tem acompanhamento profissional, ela só traz benefícios, inclusive para o crescimento. O que realmente pode atrapalhar são excessos, falta de descanso, má alimentação ou treinos sem supervisão adequada. Então, mais do que evitar o esporte, o ideal é escolher uma atividade que a criança goste e garantir que seja feita de forma segura e equilibrada”, explica Bruna.

Musculação pode?

Outro mito derrubado pela publicação é sobre o treinamento de resistência, como musculação leve. Desde que seja adaptado à idade e supervisionado, esse tipo de atividade ajuda a fortalecer ossos, músculos e melhora até a saúde mental.

“O que a ciência mostra hoje é que o problema nunca foi a musculação em si, mas o excesso de carga, a falta de orientação e a execução incorreta dos exercícios. Mais importante ainda: ela não atrapalha o crescimento nem interfere negativamente nos hormônios, desde que seja feita com responsabilidade. Ou seja, com orientação certa, a musculação pode ser uma grande aliada, até mais segura que muitos esportes de contato praticados por crianças, como futebol ou judô”, pontua a pediatra.

Menos tela, mais chão

A SBP também recomenda limites claros para o tempo de tela: até os dois anos, o ideal é zero exposição; até os cinco anos, no máximo duas horas por dia. A substituição por brincadeiras ativas, ao ar livre, é essencial para o desenvolvimento motor e emocional.

Bruna de Paula reforça que “a melhor forma de incentivar a criança a fazer atividade física é tornar o movimento divertido e espontâneo. Brincadeiras como correr, pular, andar de bicicleta ou jogar bola no quintal também são extremamente eficazes, pois ajudam a melhorar a coordenação motora, a força muscular, o equilíbrio, além de estimular o humor e a saúde mental. Essas atividades também contribuem para o crescimento saudável, regulam os hormônios e favorecem o desenvolvimento físico. O mais importante é que a criança se movimente todos os dias”, finaliza.

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Priscila Horvat

Jornalista especializada em conteúdo de saúde e puericultura.