Esta semana foi amplamente noticiado o lançamento da pedra angular de criação da Agência ESG Invest Jaraguá do Sul que terá como foco o desenvolvimento econômico, atração de investimentos ESG, fomento da sustentabilidade, da inovação e da governança, dentre outras políticas públicas.
Tive a oportunidade de participar deste momento e venho já de longa data falando, em artigos como este, da importância de um olhar empresarial atento à agenda da sustentabilidade, posto ter se tornado exigência global, não apenas governamental, mas com espeque no movimento do mercado, das exigências de financiadoras e, principalmente, da percepção do cliente e consumidor.
A bem-vinda iniciativa pioneira municipal, na criação de uma atratora de investimentos e na concepção de políticas públicas voltadas à sustentabilidade com critérios ESG, vem em bom momento e demonstra, novamente, a evolução do tema.
Para compreendermos a amplitude do tema, nos atendo a movimentos mais recentes, a International Finance Corporation (IFC), um dos membros do Grupo Banco Mundial, lançou em 2024 uma versão em português do seu Guia de Referência de Finanças para a Biodiversidade, comprovando que o mercado brasileiro tem um incrível potencial em investimentos ESG.
Rememoro que ESG é a sigla em inglês para ASG (Ambiental, Social e Governança – em livre tradução), e que representa um conjunto de normas e técnicas para avaliação da sustentabilidade de um negócio, uma atividade, uma ação, uma política pública, etc.
O conceito ESG deixou de ser baseado em norma externa para se tornar uma Prática Recomendada oficial da ABNT (ABNT PR 2030:2022), cujo estudo realizado pela ABNT considerou fortemente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, como base para criação e aplicação de metas em ESG, onde Santa Catarina já tem grande participação (veja-se o Movimento Nacional ODS Santa Catarina).
Os chamados Investimentos ESG, por sua vez, são aqueles entendidos como seguidores de critérios de sustentabilidade e responsabilidade na tomada das decisões de investimento.
Nesse sentido, destaco que a B3 – a Bolsa de Valores brasileira – adotou o Índice S&P/B3 Brasil ESG, um índice que busca medir a performance de títulos, no cumprimento de critérios de sustentabilidade, com ponderação em pontuações ESG, este índice considera, entre outras questões as atividades comerciais em seu desempenho em relação ao Pacto Global da ONU (UNGC em inglês), ou seja, suas ações em relação à adoção e aplicação dos ODS.
A influência do tema na atividade empresarial e seus impactos financeiros, sociais e ambientais, verificáveis no mercado consumidor e aplicáveis no desenvolvimento urbano e econômico, vem consolidando Investimentos ESG como referência de sustentabilidade a longo prazo, garantindo longevidade de atividades econômicas, pois intimamente ligado à consciência empresarial sustentável, ponto de atenção em diversos cenários, em especial o internacional.
E na prática isso é mais fácil do que se pode imaginar. É o que nos prova este importante movimento local, de abertura de uma Agência com alcance e implicações globais e garantia de futuro, consolidando Jaraguá do Sul e região no mapa dos Investimentos ESG e do desenvolvimento sustentável.
Por
Dr. Frederico Carlos Barni Hulbert
OAB/SC nº 17.208
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