O Brasil está de ponta-cabeça. Quem trabalha, produz e sustenta este país com suor e sacrifício, segue sendo tratado com descaso por quem deveria dar o exemplo.
Enquanto o agricultor planta sem saber se vai colher, o caminhoneiro encara estradas esburacadas, e o pequeno empresário se afoga em impostos, a alta cúpula da máquina pública vive cercada de privilégios que envergonham a República.
Só nos primeiros cinco meses deste ano, o Conselho Nacional de Justiça gastou R$ 3,4 milhões com penduricalhos para juízes auxiliares. E isso é só a ponta do iceberg.
Em 2024, os chamados “extras” — pagamentos acima do teto constitucional — somaram cerca de R$ 11 bilhões, um aumento de quase 50% em relação ao ano anterior. Isso não é política pública. É escárnio.
Enquanto isso, o cidadão comum:
- paga um dos combustíveis mais caros do mundo,
- enfrenta filas intermináveis no SUS,
- vê seu salário derreter mês após mês,
- e luta com um custo de vida que não para de subir.
A desigualdade no Brasil deixou de ser apenas econômica: tornou-se institucionalizada. O teto constitucional virou piso para alguns e miragem para a maioria. A meritocracia foi trocada por conexões. A regra virou injustiça, e a exceção se tornou regra.
E o problema é dos três Poderes! Não dá mais para tapar o sol com a peneira. O problema não está apenas no Judiciário — ele atinge os três Poderes da República.
No Executivo, o governo foge da responsabilidade fiscal, ignora a urgência de uma reforma administrativa e prefere distribuir benesses eleitorais em vez de enfrentar os verdadeiros gargalos do país. Mantém uma máquina pública inchada, cara e ineficiente, como se o dinheiro público não tivesse dono.
No Legislativo, surgem propostas que afrontam o bom senso, como o aumento no número de deputados. Mais cargos não significam mais representatividade. Significam mais custos para o contribuinte, que já não aguenta mais pagar essa conta. O Parlamento precisa ser instrumento de mudança, não um balcão de negócios.
No Judiciário, acumulam-se penduricalhos, auxílios de toda ordem, férias de 60 dias e retroativos milionários. E, como se não bastasse, decisões cada vez mais políticas, que extrapolam os limites constitucionais e ferem a independência entre os Poderes.
É hora de cortar na própria carne!
O povo brasileiro está cansado. Cansado de sustentar privilégios no topo enquanto falta dignidade na base. Chega!
O recurso público não é herança de família nem moeda de troca. É dinheiro sagrado, que vem do suor de quem planta, transporta, empreende e acorda cedo todos os dias acreditando no Brasil.