Os olhos atentos sobre a transição e estrutura do próximo governo, já captaram que o recente Projeto de Lei (PL) que promove mudanças, ou flexibiliza a Lei das Estatais, representa um evidente retorno a um aparelhamento já conhecido, visando a requalificação, garantia e imediata ocupação das cadeiras polpudas que engordam o Estado.
É apenas uma das ações, pré-posse, que já estampa fielmente a essência do modelo de governança petista. Embora apelidado de “Emenda Mercadante,” por se reportar ao futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o respectivo Projeto de Lei nº 2896/2022, aprovado sorrateiramente pela Câmara na terça-feira (13), não disponibiliza a cadeira de Mercadante tão somente.
Uma vez revogada a quarentena de 36 meses para 30 dias, no que se refere a nomeações para cargos de estatais, cujos indicados atuaram na campanha eleitoral, essa flexibilização disponibilizará todas as cadeiras possíveis, promovendo o que se poderia chamar de “farra das estatais.”
É importante que o cidadão eleitor busque entender o posicionamento de nossos parlamentares catarinenses. Como votaram cada um dos representantes. Entender criticamente suas motivações.
De antemão, asseguramos que não há justificativa cabível para votar favorável ao citado Projeto. Se passar pelo Senado e sanção presidencial, então teremos uma Lei propositalmente modificada para priorizar o aparelhamento político nas empresas estatais, em detrimento da gestão técnica. O Brasil perderá.