“Entenda a relação entre estresse e atividade física”

Imagem: Daniel Reche/Pixabay

Por: Erika Tavares

31/05/2022 - 07:05

Na sociedade hodierna é muito comum escutarmos “nossa como ando estressado”. O estresse, na verdade, é uma resposta fisiológica do organismo a uma ameaça ou susto, preparando o corpo para “lutar ou fugir”. Para isso, o sistema nervoso central libera na corrente sanguínea substâncias estimulantes, como adrenalina, cortisol e norepinefrina.

O problema é quando o organismo é demasiadamente estimulado e desafiado e se mantém em estado de estresse constante e por longos períodos. Além da exaustão, esse quadro de estresse permanente pode levar, a médio e longo prazo, ao desenvolvimento de uma série de doenças, como insônia, transtornos alimentares e digestivos, depressão, hipertensão e outros.

A atividade física é uma forma eficaz de combater uma série de sintomas causados pelo estresse crônico. Pesquisas mostram que a prática regular de atividade física age como terapia preventiva e terapêutica para depressão e ansiedade, isso pela liberação de hormônios que só ocorrem nesta situação. Além disso, exercícios aeróbicos, como correr, nadar e pedalar, induzem à elevação do colesterol “bom” (HDL); e facilitam o controle da hipertensão arterial e do diabetes.

O sono também é positivamente impactado. O exercício ajuda a adormecer mais rapidamente, ter um sono profundo mais prolongado e de melhor qualidade e despertar menos durante a noite. Ele é a única forma conhecida de aumentar a quantidade de sono profundo em adultos saudáveis, sendo este essencial para a recuperação e reparação do corpo.

O exercício retarda o declínio natural do desempenho físico que ocorre com o envelhecimento. Muitos estudos têm demonstrado que os idosos mais ativos preservam maior e melhor mobilidade e, consequentemente, são mais independentes. Além de que, aumentando o fluxo sanguíneo cerebral, ajuda na manutenção das funções cognitivas.

O funcionamento do sistema digestivo também é favorecido pela aceleração do metabolismo causada pela atividade física. Assim, a digestão prossegue de forma mais eficiente.

Por outro lado, o excesso de atividade física pode levar a um quadro oposto, que pode acarretar prejuízos para a saúde. Este quadro é chamado de overtraining (treinamento excessivo) e pode afetar o próprio desempenho esportivo. O atleta passa a experimentar fadiga constante, com dificuldade para manter a rotina de treinamento e progredir no ganho de condicionamento. Em casos extremos, o overtraining pode levar ao Burnout, que é a exaustão completa do atleta.

Como vimos, o estresse é uma resposta normal do organismo, que em excesso, traz diversos riscos para a nossa saúde física e emocional. Por outro lado, a prática esportiva é uma das melhores ferramentas para manter o estresse sob controle e otimizar o funcionamento de todos os sistemas corporais. Já se for praticado com exagero, o esporte pode se transformar no próprio indutor de estresse. Como em tudo na vida, a chave desta equação está no equilíbrio.

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Erika Tavares

Erika Tavares, médica especialista em Neurologia.