Como viver com o câncer?

Foto: Arquivo Pessoal

Por: Dr. Hugo Martins de Oliveira

21/05/2024 - 16:05 - Atualizada em: 21/05/2024 - 16:50

Há algumas décadas, o diagnóstico de câncer era sinônimo de uma expectativa de vida curta. No entanto, os avanços médicos e tecnológicos transformaram esse cenário, permitindo que muitas pessoas vivam e convivam com a doença por anos. Hoje, é comum encontrar pacientes que superaram a marca de 10 anos desde o diagnóstico e tratamento, evidenciando um ganho significativo de sobrevida, mesmo quando a cura não é possível.

O câncer, na verdade, não é uma única doença, mas um conjunto de condições associadas a alterações no código genético, resultando em células que crescem descontroladamente. Cada tipo e subtipo de câncer é específico, o que abre espaço para a cronificação da doença em diversos casos. Essa especificidade tem permitido tratamentos mais personalizados e eficazes, contribuindo para a longevidade dos pacientes.

O cenário atual é algo que dificilmente poderíamos imaginar há 20 anos. No entanto, é importante reconhecer que essa realidade não é uniforme em todos os setores da saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta um processo mais lento de atualização em relação às novidades médicas, o que cria uma disparidade no acesso e qualidade do tratamento entre os setores público, privado, operadoras de saúde e aqueles apoiados pelo terceiro setor.

O terceiro setor, em especial, tem mostrado um grande potencial para inovações e melhorias no acesso à assistência de qualidade. A participação da comunidade e dos empresários tem sido fundamental para expandir essas melhorias, fazendo dele a “menina dos olhos” para muitos especialistas.

A cura para o câncer é complexa porque envolve diversas doenças sob um único diagnóstico. Na medicina, não há garantias absolutas, e a espiritualidade desempenha um papel que foge às estatísticas. Entretanto, o número de curas tem crescido entre aqueles que conseguem acesso rápido a instituições qualificadas, o que pode determinar significativamente o desfecho entre cura ou não.

A inovação na oncologia não se resume apenas à tecnologia. Antes de qualquer avanço tecnológico, a empatia e o desejo genuíno de ajudar as pessoas são essenciais. Considerar os impactos emocionais e participar dos esforços de cada paciente é crucial para o sucesso no tratamento.

A tecnologia, por sua vez, está cada vez mais presente na prática oncológica, com programas que se integram às condutas médicas e personalizam o tratamento. Essa harmonia entre ser humano e tecnologia beneficia a todos, proporcionando tratamentos mais eficazes e menos invasivos.

Devemos ter cautela, evitando extremos e caminhando na direção certa. Na oncologia, enfrentamos momentos de grande tensão, onde a experiência nos ensina a lidar com pressão, desafios e o tempo, transformando-nos em verdadeiros diamantes na vida de cada paciente.

É hora de quebrar tabus e acompanhar a evolução da medicina. Atualizar-se é fundamental para aproveitar os benefícios dos avanços na oncologia. O autocuidado desempenha um papel crucial na prevenção do primeiro diagnóstico de câncer, proporcionando qualidade de vida e bem-estar.

No Instituto Oliveira, ressaltamos a importância do autocuidado, promovendo uma cultura de prevenção e saúde integral. Acreditamos que uma abordagem equilibrada, que combina tecnologia e humanização, é o caminho para um futuro onde o câncer não seja mais uma sentença, mas uma condição tratável e gerenciável.

Instituto Oliveira

O Instituto Oliveira é uma organização sem fins lucrativos sediada na cidade de Joinville. O objetivo do lugar é proporcionar qualidade de vida às pessoas com câncer infantojuvenil. As ações desenvolvidas pelo instituto proporcionam o acolhimento e atendimento global a todos os membros da família do paciente portador da doença.

O instituto enfatiza o foco de desenvolvimento da saúde familiar de maneira integral, auxiliando em todos os processos relativos ao adoecimento, gerenciando os impactos psicossociais que afetam diretamente o psicológico da pessoa com câncer e de seus familiares. O trabalho do local é baseado em princípios e valores cristãos, seguindo sempre o modelo e exemplo de Jesus Cristo.

Dr. Hugo Oliveira

O médico oncologista pediátrico Hugo Martins de Oliveira tem uma história inspiradora: quando menino teve linfoma, foi curado e hoje é médico e cuida de crianças com câncer. Ele fez residência em oncologia pediátrica 15 anos depois no mesmo hospital onde se tratou na infância: o Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, no Paraná.

Hugo sempre sonhou em ser jogador de futebol, mas aos 14 anos descobriu a doença juntamente com um diagnóstico errado em que o médico disse que lhe restavam apenas três meses de vida. Parecia o fim, mas era apenas o seu começo. Durante o tratamento, Hugo decidiu que ia ser médico.

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