Câncer de próstata: diagnóstico precoce é o caminho para a cura

O câncer de próstata é o segundo em incidência no homem, atrás apenas do câncer de pele, e a segunda causa de mortes. Entre os fatores que colaboram para a ocorrência de mortes está a baixa procura por diagnóstico e tratamento, situação que vem diminuindo nos últimos anos com as campanhas de prevenção, como a do novembro Azul, dedicada à conscientização do público quando a esse tipo de câncer.

O médico urologista João Guilherme Bertoli, da Clínica Urojaraguá, explica que a conscientização é a melhor forma de mudar a realidade do câncer de próstata e de outros problemas de saúde que acometem o homem. “Ao contrário das mulheres, que têm o hábito de fazer exames preventivos, os homens só procuram os médicos quando algum sintoma aparece, e nessa altura, já pode ser tarde”, esclarece Bertoli.

Ele destaca a importância do diagnóstico inicial para que a doença possa ser tratada e curada. Entre os exames recomendados estão o PSA, de sangue, e o exame de toque, onde o médico consegue perceber alterações na próstata, como pequenos caroços detectados pelo tato. Se for percebida alguma alteração nos níveis de PSA, ou caroços, que são duros como pedra, o paciente é encaminhado para realização da biópsia, que validará o diagnóstico positivo ou negativo.

Como esse tipo de câncer não apresenta sintomas no início, as pessoas acabam por não procurar um médico, e mesmo que recebam a confirmação, muitos hesitam em realizar tratamento exatamente pela ausência de sintomas. Se a doença avança, pode sofrer metástase e se espalhar para a coluna e para o cérebro, por exemplo. A solução, nesses casos, é o tratamento paliativo, para amenizar a dor e outros sintomas, porque as chances de cura diminuem.

Como existe essa propensão masculina em não procurar com frequência, o novembro Azul é a melhor forma de falar com esse público e acaba sendo também uma oportunidade para o médico chamar a atenção para a saúde geral. “Aproveitamos para avaliar os exames e buscar indicativos de outras doenças, como diabetes, colesterol e outros fatores de risco”.

Após o diagnóstico de câncer de próstata verificamos o grau de agressividade da doença, que pode ser baixo, médio ou alto risco. De acordo com a classificação, o tratamento é definido, podendo ser observacão (acompanhamento), cirurgia, radioterapia e radioterapia associado a hormonioterapia

Entre as situações que levam o homem a procurar atendimento médico estão a dor ou dificuldade para urinar, sangue na urina, o que pode indicar um estágio avançado do câncer de próstata (que deve ser confirmado por diagnóstico, pois pode haver outras causas). Por isso a importância do exame para pessoas após os 50 anos, quando a incidência aumenta.

Entre os grupos com maior propensão a apresentar câncer de próstata estão os afrodescendentes, por questões genéticas, e as pessoas com histórico na família. Sedentarismo e maus hábitos alimentares também influenciam no aparecimento da doença.

O Dr. João Guilherme Bertoli é Membro do corpo clínico do Hospital e maternidade Jaraguá e do Hospital São José, atende no Centro Vida e na Clínica Urojaraguá.