Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

“Anjos e vaquinhas”

Foto divulgação

Por: Raphael Rocha Lopes

13/07/2021 - 10:07 - Atualizada em: 13/07/2021 - 10:09

♫ This is ourselves/ Under pressure/ Under pressure/ Pressure. “ (Under pressure, Queen – de preferência com a participação especial do David Bowie).

A vida de quem começa um negócio não é fácil, especialmente no Brasil com tanta burocracia, obstáculos de todos os lados, altos tributos, o Estado mais atrapalhando do que ajudando. O fato é que ainda há heróis da resistência que se desafiam e desafiam todas estas dificuldades.

E neste mundo de transformação digital surgiu uma nova espécie de empreendedor: os startupeiros, aqueles caras que empreendem no mundo tecnológico, envolvidos com startups (que, em linhas gerais, pode-se dizer que é um modelo de negócio escalável e normalmente bastante incerto). Eu costumo chamar os startupeiros de startapianos, pois parece que vieram de outro planeta, pela coragem e dedicação que costumam ter!

Entretanto, para empreender no mundo tradicional ou no da tecnologia, uma boa ideia, muita vontade e cuidadoso planejamento não bastam. É necessário dinheiro. Nesse mundo capitalista – o que melhor funcionou até agora – dificilmente um negócio sairá do papel se não houver investimento, por mais que digam o contrário os empreendedores de palco (e uns consultores que se vê por aí…).

As vaquinhas

A velha ideia da vaquinha evoluiu. Hoje, pelas facilitações da tecnologia, as vaquinhas estão na internet. Há as tradicionais, para ajudar pessoas que realmente precisam e há vaquinhas para negócios.

Já há alguns anos, empreendedores com uma boa ideia e nenhum ou quase nenhum dinheiro encontraram uma alternativa com as vaquinhas online ou sites de financiamentos coletivos. Esses financiamentos podem se dar basicamente de quatro maneiras: doações, recompensas (quem ajuda pode receber algo em troca), participação societária e participação financeira (devolução do dinheiro com juros). Para cada uma dessas situações a atenção aos detalhes é importante e as regras devem ser claras para evitar surpresas desagradáveis.

O investidor anjo

Outra forma de levar adiante a ideia é com a participação de um investidor anjo, normalmente um empresário com experiência em diversos negócios – ou num segmento específico – que está disposto a arriscar em startups ou empresas pequenas e novas com potencial.

Alguns dos investidores anjos querem apenas investir e ver seu dinheiro multiplicar. Outros se dispõem a contribuir com sua experiência e suas redes de contatos para ajudar a catapultar o negócio. Investidores anjos não são sócios na concepção da palavra, mas podem ser um importante elo com o sucesso. Todavia é importante que a contratação entre os empreendedores e os investidores esteja bem alinhada e amarrada para que constrangimentos não surjam ao longo da relação.

A única coisa que se tem certeza, tanto no caso das vaquinhas quanto no dos investidores anjos, é que os empreendedores, de startups ou não, estão sempre, como na música do Queen, sob pressão. De preferência com David Bowie junto.

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Raphael Rocha Lopes

Advogado, autor, professor e palestrante focado na transformação digital da sociedade. Especializado em Direito Civil e atuante no Direito Digital e Empresarial, Raphael Rocha Lopes versa sobre as consequências da transformação digital no comportamento da sociedade e no direito digital. É professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Católica Santa Catarina e membro da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs.