Não resolve o problema, mas traz alívio. É mais ou menos essa a situação dos 186 hospitais filantrópicos de Santa Catarina. Pressionados pela falta de pagamento por parte do Estado, que não recebe recursos do governo federal, pela tabela do SUS defasada, sem reajuste há nove anos, e por um importante aumento de custeio, muitos vivem uma situação delicada. Aos hospitais de Jaraguá do Sul, a dívida ultrapassa os R$ 8 milhões. Para diminuir um pouco a pressão, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gelson Merisio (PSD), protocolou esta semana o Projeto de Lei que cria o Fundo Estadual de Apoio aos Hospitais Filantrópicos. A previsão é que, pelo interesse da sociedade sobre o tema, no máximo em uma semana o projeto chegue para votação no plenário. Pela proposta, a gestão dos recursos caberá à Secretaria Executiva de Supervisão de Recursos Desvinculados, responsável por criar também as regras e critérios para uso dos recursos, de caráter extraordinário.
E a primeira contribuição para o novo fundo virá da própria Assembleia, segundo Merísio. Ele anunciou que, tão logo ocorra a regulamentação, vai depositar R$ 50 milhões, metade das sobras financeiras do ano passado. Antes de dezembro serão depositados os R$ 100 milhões, resultado do esforço para redução de gastos na Casa.
O Fundo poderá ser alimentado por doações de pessoas físicas e jurídicas e pelas sobras dos demais poderes – Tribunal de Justiça, Ministério Público e Tribunal de Contas–, de forma não impositiva. O projeto não anula a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que já tramita na Casa e que pretende elevar de 12% para 15% o percentual da receita que o Estado terá que, obrigatoriamente, investir em Saúde. Os hospitais filantrópicos atendem aproximadamente 70% dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em Santa Catarina. Ou seja, sem eles, não há Saúde.
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Bonita despedida
A despedida ao empresário Werner Voigt, o W da WEG, reuniu milhares de pessoas entre quarta e quinta-feira. No sepultamento, o prefeito Dieter Janssen prestou sua homenagem. Também lembrou a importância da empresa para sua formação pessoal e profissional. Ele começou na WEG com 14 anos, como contínuo, e aos 25 anos saiu como economista. “Perdemos uma referência de ser humano, querido e muito parceiro da comunidade”, reconheceu.
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Impasse
O deputado Vicente Caropreso (PSDB), que tem alertado frequentemente o Estado sobre a crise do setor, acredita que o projeto de Merisio pode evitar que os serviços sejam suspensos pelos hospitais filantrópicos. O Hemosc e o Cepon, entidades administradas por uma fundação privada sem fins lucrativos, estão na mesma situação e não recebem os repasses do Executivo desde janeiro. A dívida acumulada pelo Hemosc é superior a R$ 17 milhões e a do Cepon é de R$ 32 milhões. As entidades que representam esses estabelecimentos recorreram aos deputados para tentar resolver o problema.
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As promessas de Pupo
Circula pelo WhatsApp uma mensagem de voz de Evaldo Junckes (PT),o Pupo, fazendo uma lista de promessas. Coisa impressionante. Pupo diz que se eleito prefeito de Guaramirim vai construir um teleférico entre a Corticeira e Corupá. Escadas rolantes nos morros do Satuca, Schmidt e da WEG. Ciclovia em toda a cidade. Trem bala. E mais: vai avaliar a possibilidade de colocar cobertura sobre o Rio Itapocu para construir duas danceterias.
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Despejo irregular
Durante sessão da Câmara de Vereadores, o diretor de Águas de Guaramirim, Osni Dencker, afirmou que, além das dificuldades estruturais que a companhia sofre, como falta de investimento e planejamento, o despejo irregular de resíduos está comprometendo o abastecimento. Segundo ele, empresas têxteis de Jaraguá do Sul estão contaminando o Rio Itapocuzinho com produtos químicos e interferindo diretamente no abastecimento de água em Guaramirim. “A cada 15 dias, próximo ao fim de semana, empresas do município vizinho despejam produtos no rio e, por isso, somos obrigados a parar a captação e tratamento da água, o que causa um enorme transtorno. Se pararmos por 20 minutos, Guaramirim toda fica sem água”, denunciou.
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Reconhecimento
“Um homem extraordinário, simples e humilde. Ele e seus sócios fizeram de Jaraguá do Sul uma cidade única. Perdemos um grande homem, mas fica o seu legado e o exemplo de ser humano e profissional dedicado, determinado e de visão”. Do presidente do PP, Ademir Izidoro, sobre o empresário Werner Ricardo Voigt.
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Respeito
O presidente da Câmara, José de Ávila (PSC) abriu a sessão de ontem com um minuto de silencio em respeito ao falecimento do industrial Werner Voigt. Em tela, uma mensagem dizia: “Aprendemos com sua simplicidade, com sua firmeza no exercício da autoridade, com seu espírito de justiça, com sua coragem, capacidade para o trabalho e, principalmente, aprendemos com seu exemplo de austeridade, honestidade e honradez”.
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Inovação
No dia 24 de junho, o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Carlos Chiodini (PMDB), entrega o primeiro Centro de Inovação de Santa Ctarina, em Lages. A estrutura em Jaraguá do Sul está em obras adiantadas. A inauguração deve acontecer até dezembro.