A exposição exacerbada da Suprema Corte brasileira, é perniciosa para o vigor da democracia. Tanto é verdade, que atualmente o brasileiro não sabe o nome dos 11 jogadores de seu time do coração, mas, conhece bem os 11 ministros do STF.
Quando os membros da Suprema Corte se expõem em demasia, seja por meio de declarações públicas, participação em eventos ou, até mesmo, por satisfação do ego, haverá a percepção popular de que eles estão tomando partido em questões políticas, ideológicas ou sociais. Isso compromete a imparcialidade e a neutralidade que são esperadas dos juízes. A excessiva exposição que temos testemunhado, tem feito com que a Suprema Corte seja influenciada por pressões políticas ou populares.
Por conseguinte, os juízes passaram a sentir a necessidade de tomar decisões com base em revanchismo, popularidade ou opinião pública, em vez de se concentrarem estritamente na aplicação da lei e na interpretação constitucional. Ao contrário da postura da Suprema Corte americana, o exibicionismo da nossa Corte tupiniquim, também atenta contra a privacidade e segurança pessoal de seus próprios membros, dificultando suas funções. Por isso, estamos assistindo nossa Suprema Corte se transformando em ator político, quando deveria ser um órgão jurídico isento e independente, para ser, de fato, guardião da Constituição.
Por fim, cabe o alerta de que nosso poder judiciário se deixou contaminar pelo exibicionismo e egocentrismo, características estas, estampadas na maioria dos políticos brasileiros, mas, que não cabe a qualquer Tribunal Supremo. É preciso resgatar a legitimidade e credibilidade da Suprema Corte brasileira.
