“Mas será que vale a pena?”

Por: Zeca Jr.

10/12/2020 - 23:12 - Atualizada em: 10/12/2020 - 23:15

Como a vida é interessante, um dia você é o coadjuvante e num piscar de olhos, você se torna o ator principal. Tendo que cumprir com as mesmas obrigações que até então era você quem as recebia. Não estou falando de boletos bancários ou qualquer outra responsabilidade desse tipo, estou falando de amor.

Já fui muito questionado com relação aos cuidados que tenho com meus pais, sobre ter que se anular perante algumas situações, deixando de viver minha vida e viver em função deles. Com relação a essa questão, sou imensamente agradecido em ter tido a oportunidade de ficar ao lado da minha mãe, até seus últimos momentos de vida.

E olha que a rotina não era fácil, preparar as refeições, os cuidados em ministrar os remédios na hora certa, não deixar que eles faltassem, pois a maioria deles era com receita controlada, dar banho, leva-la ao banheiro, trocar as fraldas, fazer curativos, e estar sempre por perto cuidando do bem-estar dela.

Hoje ainda resta meu pai, na eminência dos seus 90 anos, graças a Deus, lúcido e embora um pouco debilitado de suas forças por conta da idade, ainda consegue fazer a maioria das coisas sozinho, sendo que é necessário por vezes de supervisão para que não ocorra algum tipo de acidente.

É aí que vem o questionamento: Mas será que tudo isso vale a pena? Eu vos asseguro que sim! pois não existe recompensa maior de que você poder ver estampada na face deles o sorriso de gratidão e quiçá em suas mentes, a ideia de dever cumprido, ou seja, “Cumpri corretamente o meu papel de Pai!”

Uma coisa que eu morria de vergonha, tanto é que nunca falei isso pra ninguém, é que desde criança, sempre tive um elo de ligação muito forte com meu pai. Sendo que sempre fui muito bajulado por ele.

Era ele quem me acordava de manhã para ir pra escola, preparava meu café enquanto que eu ficava os 5 minutos a mais, deitado na “cadeira do papai”, daí ele calçava meus tênis e me levava de carro até a porta da escola, vale ressaltar que a escola não ficava nem a três quadras da minha casa.

Acredito que seja por esse motivo que atualmente, faço o possível e o impossível para ver meu pai bem. Posso garantir a vocês, que não vejo essas tarefas como obrigação, mas como gratidão por tudo o que ele fez um dia por mim.

Então, não encaro a rotina de preparar o café da manhã, ou o prato do almoço ou jantar pra ele como um fardo, mas sim, com muita alegria de ter meu pai aqui comigo e poder fazer tudo isso por ele.

Esses dias numa de nossas conversas, o pai recitou um trecho Bíblico em alemão, que é claro que tive que pedir que ele o traduzisse pra mim.

O trecho recitado está em Eclesiástico 3,14-17 e diz o seguinte: “Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita a teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados e, na justiça, será para tua edificação.”

E ele ainda acrescentou que minha recompensa seria grandiosa e que eu a receberia ainda em vida.

Eu digo que sim, pois a minha maior recompensa é ter ele do meu lado e de poder fazer tudo o que hoje eu faço por ele e para ele.

Que sirva para pensar!

Tem que ter cuidado

Sempre é bom lembrar, que o vírus continua por aí!

É isso aí galera, nas últimas semanas estamos vendo um avanço vertiginoso nos casos do Coronavírus em nossa cidade e região, por isso mesmo, ainda é importante manter as regras de segurança para não ficarmos doentes.

Estou observando que as pessoas estão relaxando um pouco, mas o vírus continua por aí.

Então vamos continuar com os protocolos de segurança para que possamos garantir a nossa saúde e a saúde de quem amamos.

É importante a utilização de máscara, obedecer a distância de segurança, lavar as mãos com frequência e utilizarmos o álcool em gel para assepsia das mesmas. São cuidados tão simples, porém, tão importantes.

Vamos ficar ligados.

Que venha a vacina!

Vamos embora que a litorina não espera.
Até semana que vem!