“Fisioterapia vai muito além do ‘choquinho'”

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Por: Rita Grubba

13/09/2019 - 16:09

Muitas vezes ouvimos dizerem “fisioterapia para que? Não funciona, fiz muitas sessões e não melhorei. Só fazem ‘choquinho'”.

Ouvir isso é muito triste para um fisioterapeuta, mas infelizmente acontece e, muitas vezes, quem fala isso realmente não teve uma melhora no seu quadro, mas por quê? Como reconhecer se você está recebendo um atendimento adequado e reivindicar o direito de ser bem atendido?

A fisioterapia cresceu e se desenvolveu muito nos últimos anos desde seu surgimento. Existem hoje diversas técnicas e terapias especializadas que podem ser realizadas em conjunto ou isoladamente para uma melhor resposta ao tratamento.

Hoje vou falar da cisioterapia “convencional” ou fisioterapia ortopédica. Para compreender por que o título desta coluna é “Fisioterapia vai muito além do choquinho”, vamos entender o que é afinal fisioterapia e o tal “choquinho”.

Segundo o Guide to Physical Therapist Pratice, o termo fisioterapia compreende o diagnóstico e o tratamento da disfunção do movimento e o aprimoramento das capacidades físicas e funcionais; restauração, manutenção e promoção da função física, e qualidade de vida no que se relaciona ao movimento e à saúde; além de prevenção dos sintomas e progressão de deficiências, limitações funcionais e das incapacidades que podem resultar de doenças, distúrbios, ou lesões (traumatismos).

O “choquinho” é um aparelho conhecido por neuro estimulação elétrica transcutânea, é um método eficaz, seguro e não invasivo para alívio de dores crônicas e agudas, e é um dos recursos mais utilizados na fisioterapia para o tratamento da dor, onde são aplicados impulsos elétricos na pele através de aparelhos específicos, que ativam mecanismos de controle interno do sistema nervoso, exercendo uma ação analgésica.

O seu mecanismo de analgesia depende da modulação da corrente aplicada, se forem aplicados impulsos elétricos de baixa frequência e alta intensidade, são liberadas endorfinas pelo cérebro ou medula, que são substâncias com efeitos semelhantes à morfina, levando assim ao alívio da dor.

Se forem aplicados impulsos elétricos com frequência alta e baixa intensidade, a analgesia ocorre devido a um bloqueio dos sinais nervosos de dor que não são enviados ao cérebro. Outros recursos de eletrotermoterapia como ultrassom, laser e ondas curtas também podem ser utilizados no combate a dor e controle da inflamação.

Mas então porque mesmo com todas essas “ferramentas”, ainda ouvimos que a fisioterapia não funciona? Porque infelizmente é muito comum pacientes chegarem a um profissional e relatarem que já fizeram 20 sessões em outra clínica e ainda ter dor ou continuam sem melhora no movimento, por exemplo.

Ao serem questionados sobre como era o atendimento, eles dizem, “eu fazia choquinho e só.” Realmente eles nunca irão melhorar, mesmo que associado ao choquinho, tivessem realizado também alguns dos equipamentos citados acima.

Pode até haver uma melhora momentânea da dor, porém a causa continuará existindo, porque fisioterapia não é ficar passando de aparelho em aparelho, mas sim o tratamento da disfunção e restauração do movimento, e isso só é possível através de exercícios.

Desta maneira é importante entender que o tratamento não pode se basear apenas no uso desses equipamentos, pois será incompleto e não terá bons resultados a longo prazo.

A causa de muitas dores são desequilíbrios musculares, onde às vezes temos um ou mais músculos sobrecarregados, enquanto outros podem estar fracos ou encurtados, assim, a melhora só será possível quando recuperarmos este equilíbrio através de exercícios específicos e individualizados.

Um atendimento ideal é aquele onde atuamos na causa do problema e não apenas na melhoria dos sintomas. A Fisioterapia é, SIM, capaz de restaurar a função do corpo de maneira fantástica se aplicada corretamente, com resultados bons e duradouros.

Vocês já viram algum atleta de alto nível viver sem um fisioterapeuta sempre ao seu lado?

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