“Todo mundo quer ser banco”

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Por: Raphael Rocha Lopes

05/05/2020 - 10:05 - Atualizada em: 05/05/2020 - 10:06

♫ “Living in a material world/
And I, I’m a material girl/
You know that we are living in a material world/
And I, I’m a material girl” (Material girl, Madonna).

A tecnologia, especialmente com a internet, vem democratizando as relações em inúmeros aspectos. As bancárias e financeiras são um grande exemplo desta democratização trazida pela inovação, muitas vezes com disrupção na veia.

Um número que confirma esta democratização é o apresentado pelo Nubank: seu cartão de crédito foi o primeiro de dois milhões de brasileiros.

As fintechs.

O Nubank é um exemplo de fintech. Fintechs são startups que atuam no ramo financeiro, cujo principal objetivo é inovar nos serviços desse segmento. O termo vem da união das palavras ‘financial’ e ‘technology’. Como seus serviços são prestados de maneira digital, por meio de plataformas na internet, usando a tecnologia a seu favor, seus custos são bem mais baixos do que os bancos tradicionais, refletindo em vantagens para seus clientes.

O mercado é promissor. Segundo pesquisa apresentada no final de 2019, o número de usuários de fintechs mais que dobrou em dois anos. E esse ano se mostrava promissor para as fintechs. Se, por um lado, a pandemia veio frear a economia como um todo, por outro, empresas digitais, como é o caso das fintechs, em que os processos são feitos quase que completamente pelos aplicativos, ganham destaque e relevância.

Os unicórnios.

Unicórnios, aqueles cavalos mitológicos com um chifre na cabeça, costumavam ser vistos em filmes de fantasia ou desenhos para crianças. No mundo dos negócios, hoje, unicórnio é uma expressão utilizada para startups que atingem a avaliação de, pelo menos, US$ 1 bilhão. A relação está na raridade. Startups que atingem este patamar, no universo de tantas que nascem, são tão raras quanto os unicórnios das histórias fantásticas.

E um dos primeiros unicórnios brasileiros foi justamente o Nubank, uma fintech.

As gigantes de tecnologia se metendo nessa história.

No fundo, no fundo, poucos não querem virar banco.

Ano passado a gigante da tecnologia Apple criou o Apple Card, um cartão de crédito integrado ao Iphone. Lançado em 2019, sem anuidade e com cashback (parte do dinheiro de volta nas compras). Estudos apontam que já atingiu 5% dos negócios com cartão de crédito no mundo, com perspectivas de alcançar 10% em cinco anos.

Agora é a Google ensaiando a entrada nesse mercado justamente para disputar com a Apple. Se a gigante já sabe o que a gente quer comprar, por que não fazer comprar o que a gente (não) quer comprar com o cartão deles?

Toda competição é saudável. Entretanto, com toda esta mistura de negócios, parte das minhas preocupações é em relação à privacidade de dados e o nosso discernimento para as escolhas que fazemos no dia a dia…