“Sua mãe é um robô”

Foto Divulgação

Por: Raphael Rocha Lopes

12/06/2019 - 15:06 - Atualizada em: 13/06/2019 - 10:12

“♫ Desde os primórdios/ Até hoje em dia/
O homem ainda faz/ O que o macaco fazia/
Eu não trabalhava/ Eu não sabia/
Que o homem criava/ E também destruía”
(Homem primata, Titãs).

Entre ficção científica e realidade, trago alguns episódios para reflexão, embora, às vezes, realidade pareça ficção e vice-versa.

Eu sou mãe.

Você já imaginou como seria se tivesse sido criado por um robô? Se esse robô tivesse todas as preocupações de uma mãe de carne e osso com o bônus de uma inteligência quase infinita? S

e pudesse conversar com essa mãe-robô sobre quase tudo e discutir inclusive questões éticas que lhe preparassem para as decisões mais sábias?

Mais ainda, esse robô de inteligência artificial aprenderia com seus erros e os dele próprios, tornando essa relação ainda mais construtiva. Essa é (sem spoiler) a ideia central do filme “I am mother”, da Netflix.

Você seria melhor ou pior do que é hoje? Teria senso de humor? Empatia? E a humanidade como um todo, o que se tornaria?

Você é o celular.

Quanto de você é seu celular? Quanto você se agonia se não estiver com seu celular por perto? Se você fizesse um gráfico do seu tempo ao longo do dia, quais os espaços para conversas por aplicativo, para os aplicativos sem conversa e para as conversas no tête-à-tête?
Como seria sua vida se seu sucesso dependesse das curtidas nas suas redes sociais? O que você faria se sentisse que o mundo está ficando viciado nas redes sociais? Dois dos episódios do seriado sobre tecnologia e comportamento Black Mirror são especialmente sobre essas perguntas: respectivamente “Queda livre”, da 2ª temporada; e “Smithereens”, da 5ª.

Responda sinceramente as perguntas e vamos conversar.

Moro, seu celular e todos nós.

A notícia da semana que está bombando (para a alegria do Neymar) é a divulgação de supostas conversas do Ministro Sérgio Moro com os procuradores responsáveis pela Operação Lava-Jato.

Sem entrar no mérito jurídico, caso se confirme que as conversas são reais, a lição é clara: se entraram no celular do (à época) juiz Sérgio Moro ou do procurador do MPF (ou de ambos), você acha que não podem entrar no seu ou nos da sua empresa?

“Mas, Raphael, eu não tenho nada a esconder”. Ledo engano…

Conclusões.

Alguns robôs poderão ser excelentes mães perto de algumas que vemos por aí. Cuidados por onde navega com o celular e com quem conversa são necessários (o único que não tem nada a perder é o bandido virtual). Pois é: ainda está pensando nas perguntas do segundo tópico, né?

Afinal, desde os primórdios, o homem cria e destrói. Agora com tecnologia de ponta.