“♫ Por você/ Eu dançaria tango no teto/
Eu limparia os trilhos do metrô/
Eu iria a pé do Rio a Salvador//
Eu mudaria até o meu nome/
Eu viveria em greve de fome/
Desejaria todo o dia a mesma mulher”
(Por você, Barão Vermelho).
Quando se fala em vícios, o que normalmente vem primeiro à mente são drogas ilícitas, álcool, sexo, jogos. Entretanto, a humanidade está em nova era também neste assunto. Os vícios tradicionais continuam, claro, mas a eles se juntaram novos, decorrentes da tecnologia.
Qual o seu?
Morrendo na frente da tela.
Notícias de adolescentes morrendo na frente de telas de computador ou videogame parece coisa de filme de nerds. Mas tem acontecido na vida real. Há notícias de mortes de jovens fazendo maratonas de jogos na internet que sofreram derrame cerebral ou ataque cardíaco e não resistiram. Contribuem para isso a falta de alimentação e de hidratação por longos períodos (durante os jogos) associados à exaustão física e mental.
Tailândia, Taiwan, China, Coreia do Sul são alguns dos países que já registraram casos assim. Na Inglaterra, um jovem de 24 anos faleceu semana passada, por causa de uma trombose em sua perna, por permanecer, segundo seu pai, muitas horas jogando nesse período de pandemia. Situação parecida já aconteceu há nove anos também lá na ilha da Rainha.
Cadê meu celular que estava aqui?
Só que não! Muitas pessoas estão ficando viciadas na internet ou nos próprios dispositivos (celulares, em especial).
Um dos problemas que mais cresce é a nomofobia (que vem de no-mobile, algo como sem celular, ou seja, medo de ficar ou estar sem o celular. O nome foi criado em 2008). A ansiedade é o principal sintoma de quem tem esse medo e os diagnósticos têm apontado para dificuldades de interação social.
Na mesma linha, também crescendo bastante segundo psicólogos, vem a síndrome do toque fantasma, que é aquela sensação de que o telefone celular tocou ou vibrou sem que isso tenha acontecido. Às vezes o aparelho nem está com a pessoa quando ela tem essa sensação.
Outros vícios.
Tecnologia e inovação sempre estiveram aí e trazem, em seus tempos, novos dilemas e desafios.
Verifica-se um aumento de pessoas muito dependentes da internet. São inúmeras possibilidades: procura incessante de notícias (fakes ou não), de sexo virtual ou pornografia, de chats (salas de bate-papo virtual), de compras online, de como atacar alguém por qualquer motivo (haters) ou na expectativa de ter curtidas em suas postagens.
A inteligência artificial colabora para isso, pois diz o tempo todo o que a pessoa (pensa que) quer, colocando-a numa bolha e num círculo vicioso.
Por isso é importante, de vez em quando, dar uma desligada. Do contrário, todas as conexões podem ser bloqueadas. As humanas…