Antídio Aleixo Lunelli – Deputado estadual (SC)
O Senado aprovou esta semana uma proposta que representa tudo o que o Brasil não precisa neste momento: mais cargos políticos, mais gasto público e mais desprezo com quem paga a conta — o contribuinte.
O projeto em questão eleva o número de deputados federais de 513 para 538, com um impacto direto de R$ 95 milhões por ano nos cofres públicos. E, como se isso não bastasse, ele abre brecha para que os estados também aumentem o número de deputados estaduais. Uma bola de neve de despesas com pouquíssimo — ou nenhum — retorno real para a população.
Não é de mais políticos que o Brasil precisa!
O Brasil precisa de menos desperdício e mais responsabilidade. Precisa de serviços públicos que funcionem, de eficiência na gestão e de respeito ao dinheiro suado do povo. O que foi aprovado, no entanto, vai na direção contrária: aumenta a máquina pública em vez de cortá-la.
É um absurdo. A Câmara dos Deputados já está cheia e ineficiente. Isso não é representatividade, é mais uma conta salgada para o pagador de impostos bancar.
A justificativa da proposta é corrigir distorções na distribuição de vagas entre os Estados, mas o que deveria ser uma readequação se tornou um verdadeiro estelionato legislativo: ninguém perde cadeiras, alguns estados ganham, e o total só aumenta. Resultado? Um sistema ainda mais inchado, caro e distante das prioridades reais do Brasil.
Enquanto faltam leitos, professores e investimentos em infraestrutura, o Congresso Nacional se preocupa em aumentar o número de políticos. Isso revela uma inversão completa de valores.
Em Santa Catarina, sou contra!
Já deixei claro: votarei contra qualquer tentativa de ampliar o número de cadeiras na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Sou contra esse inchaço em todas as esferas. Porque isso significa mais estruturas, mais verbas, mais cargos comissionados — e quem ganha com isso não é o povo, é o sistema.
Se 513 deputados não conseguem resolver os problemas do país, não serão 538 que vão conseguir. A verdadeira representatividade não está no número de parlamentares, mas na qualidade da atuação e no compromisso com o mandato. A política brasileira não precisa de mais cadeiras. Precisa de mais vergonha.