“Golpes de verão”

Foto divulgação/Pexels

Por: Raphael Rocha Lopes

04/11/2020 - 10:11 - Atualizada em: 04/11/2020 - 12:13

“♫ Sinto abalada minha calma/ Embriagada minha alma/ Efeitos da tua sedução/ Oh! Minha romântica senhora Tentação/ Não deixes que eu venha a sucumbir” (Senhora Tentação, Cartola).

Mar, sol, cerveja ou suco, o fato é que a estação que a maioria dos brasileiros mais gosta é o verão. Ir para a praia ou para a piscina, pegar um bronzeado, curtir a família ou os amigos são alguns dos ingredientes que fazem a expectativa ser grande.

O recebimento do 13º salário também contribui. Mais dinheiro no bolso, em muitos casos, equivale a mais empolgação, mais planos e… mais tentações.

O papel da internet.

A internet é um grande facilitador de relações, pessoais ou profissionais. Muitos negócios começam e se concluem por meio dela, com o uso de redes sociais, aplicativos de comunicação (como o WhatsApp) ou sites especializados em intermediá-los.

Por outro lado, a internet tem sido disfarce e esconderijo eficazes para pessoas mal intencionadas, que se aproveitam da empolgação de internautas mais ingênuos. Golpes têm acontecido diariamente.

A casa para veraneio.

Um dos que têm crescido é o do aluguel de temporada nas praias.

Cena 1: a família, superempolgada, procura uma praia para passar o verão. Depois da escolha das alternativas que cabem no bolso e da votação para qual praia irão, pais e filhos passam a procura imóveis com preços acessíveis para aproveitar aqueles sete ou dez dias. Em um site ou aplicativo de intermediação de negócios, encontram um que se encaixa perfeitamente. Os pais negociam com o proprietário, mandam o valor do sinal para a conta indicada, e acertam pagar a diferença quando chegarem, na data combinada.

Cena 2: semanas ou meses depois, a família, com o carro lotado, chega no endereço indicado e (a) não existe a casa ou (b) existe, mas não estava para alugar para temporada ou (c) foi alugada para outras pessoas pelo VERDADEIRO PROPRIETÁRIO.

E o sinal dado? Perdido. Isso sem contar todo o transtorno de estarem distantes de casa, em uma cidade sem conhecidos e, às vezes, sem outro lugar disponível por perto.

O que aconteceu? O bandido clonou um anúncio verdadeiro e postou como se fosse seu.

O carro novo.

A história não é muito diferente. Alguém encontra o veículo que tanto queria comprar nesses sites que intermediam negócios e entra em contato com o anunciante.

O anunciante explica para o interessado que ele está recebendo aquele carro em pagamento de um devedor e passa o contato do verdadeiro proprietário, mas pede para que não entre nos detalhes de valores. Pelo outro lado, este mesmo anunciante entra em contato com o verdadeiro proprietário e diz que um amigo vai entrar em contato porque ele (o estelionatário) estaria devendo um valor para esse amigo e pagaria com o veículo. Também pede para que o proprietário não comente sobre preço.

Aqui a situação é parecida com a anterior: o bandido clona um anúncio verdadeiro e publica. No final das contas, as vítimas vão para o cartório para reconhecer firma no documento de transferência do automóvel e só percebem que é um golpe quando o vendedor informa que não recebeu o dinheiro que o comprador depositou…

Vale o alerta: cautela é muito importante nestes momentos de empolgação, especialmente se os valores estiverem chamativamente abaixo do de mercado.