“Cringe: ser ou não ser, eis a questão!”

Foto divulgação

Por: Raphael Rocha Lopes

27/07/2021 - 12:07 - Atualizada em: 27/07/2021 - 12:30

“♫ Vou de táxi se sabe/ Tava morrendo de saudade/ Vou de táxi… “ (Vou de táxi, Angélica).

Hoje o assunto é uma novidade de coisa velha

Você já ouviu falar de cringe? Eu fui conhecer essa palavra há pouco tempo e coincidiu que na semana que a ouvi pela primeira vez, li ou a ouvi mais umas dezenas de vezes.

Cringe é algo como vergonhoso ou vergonha alheia, mas referida a terceiro de outra geração – o tiozão ou a tiazona (desconfio que falar tiozão já é cringe). Na realidade, a discussão está basicamente centrada nas diferenças entre as gerações X, Millennials (ou Y) e Z. Normalmente é o pessoal da geração Z que acha os da geração X e os Millennials cringes.

Apenas para ficar claro, são considerados (com uma variação para lá ou para cá) da Geração X aqueles nascidos entre 1965 e 1979, Millennials (Geração Y) os nascidos entre 1980 e 1994 e da Geração Z, entre 1995 e 2015.

Como tudo pode virar piada na internet, a geração Z considera cringe tomar café da manhã, pagar boletos, gostar da Disney, usar calça skinny. Provavelmente andar de táxi também. Tem todo tipo de memes nas redes sociais sobre situações cringe.

Mas o que, de fato, difere a Geração Z das outras? Este pessoal, nascido entre 95 e 2015, pode ser chamado de nativo digital, ou seja, nasceu com a internet em plena expansão e cresceu com as telas e telinhas, muitos com celulares ou tablets conectados à internet desde pequenos.

Há uma diferença consistente entre essas gerações. Os nativos digitais não necessariamente não tomam café da manhã, como nos memes, mas, muitas vezes estão dormindo nesse horário, seja porque simplesmente têm hábitos diferentes, seja porque costumam trabalhar em horários alternativos. Falando em trabalho, a geração Z não tem preocupação em ganhar aquele famoso relógio como presente da empresa por 30 anos de casa. Preferem ter várias experiências profissionais, valorizando suas expectativas pessoais, muitas vezes bastante voláteis.

Também não estão preocupados em fazer a carteira de motorista aos 18 anos. Acreditam que utilizar serviços como Uber, por exemplo, é muito mais eficiente, prático, barato e libertador do que comprar um carro.

Sim, eles não usam boletos: pagam tudo online e não entendem como as pessoas podem ainda ir até agências bancárias com tanta tecnologia nas mãos. Não estão preocupados com marcas de roupas. De produtos tecnológicos, talvez.

Adaptam-se muito rapidamente aos novos modismos internéticos e tecnológicos e, da mesma forma, os abandonam quando percebem que podem entrar em decadência ou quando aparece algo supostamente melhor pela frente.

Entretanto, essas gerações não são estanques. Os Millennials podem ter alguns comportamentos característicos da geração Z e vice-versa. Círculos de amigos, ambiente familiar, estrutura social interferem diretamente nestas tendências.

Pode-se concluir que unir as experiências, anseios e expectativas de todas as gerações traz um caldeirão efervescente que contribui para a construção de uma sociedade diversa e moderna. Não há melhor, nem pior. Apenas diferentes que se completam.

E aí, vai de táxi?