A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê crescimento de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, no terceiro trimestre, em relação aos três meses anteriores, devido à forte recuperação da economia entre julho e setembro.
O PIB industrial deve crescer 10% nessa mesma comparação.
No entanto, a retomada no período não será capaz de reverter a queda anual na quantidade de bens e serviços produzidos pelo Brasil. Segundo o relatório Informe Conjuntural: 3º trimestre 2020, da CNI, a economia nacional deve encolher 4,2% em 2020.
Outras projeções, como o Boletim Focus, do Banco Central, apontam para uma possível retração de 5% na economia.
A previsão para o PIB industrial é de queda de 4,1%. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, explica que a recuperação da crise está sendo rápida, mas não se pode confundir recuperação dos efeitos da crise com retomada do crescimento econômico.
Para Andrade, o crescimento econômico acima do patamar pré-pandemia não está garantido.
A redução dos estímulos adotados para a economia atravessar o período mais agudo da crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus terá um efeito contracionista relevante e, se ocorrer de forma apressada, tende a prejudicar a recuperação, com impacto no consumo e no emprego. Em dezembro, o auxílio emergencial chega ao seu fim – sendo que não há certeza se a pandemia terá chegado ao seu fim até lá.
Andrade afirma que a retração foi grave, com enormes prejuízos às empresas e aos trabalhadores, mas a atividade econômica vem avançando, ainda que aos poucos.
“A questão que se põe, neste momento, é como acelerar essa retomada, adotando medidas para estimular um crescimento mais vigoroso e sustentado ao longo do tempo, com investimentos e criação de empregos”, diz.
Confiança em alta
O Índice de Confiança da Indústria brasileira teve uma alta de 4 pontos na prévia de outubro, na comparação com o número consolidado de setembro.
Com isso, o indicador chegou a 110,7 pontos, o maior patamar desde abril de 2011 (111,6 pontos), segundo informou na manhã desta quarta-feira (21), no Rio de Janeiro, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
A alta de setembro para a prévia de outubro foi puxada principalmente pelo Índice da Situação Atual, que mede a confiança do empresário em relação ao presente e que subiu 5,9 pontos, chegando a 113,2 pontos.
Mudança no emprego
A aceleração das mudanças do ambiente de trabalho causadas pela pandemia da Covid-19 devem levar a perda de 85 milhões de empregos nos próximos cinco anos, segundo um estudo do Fórum Econômico Mundial (WEF).
Essa mudança de paradigma deve também agravar desigualdades, caso não sejam tomadas medidas para garantir a recolocação da mão de obra.
Pesquisas com cerca de 300 empresas globais revelaram que quatro em cada cinco executivos estão acelerando planos para digitalizar o trabalho e implantar novas tecnologias, desfazendo ganhos de emprego obtidos desde a crise financeira de 2007-08.
Infecções recorde
A pandemia parece longe de ir embora: a Europa registrou na semana passada um novo recorde de infecções pelo novo coronavírus – 927 mil casos -, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (21) pela seção europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Europa notificou nesse período um aumento de 25% dos casos confirmados e foi responsável por 38% dos novos casos em todo o mundo.
A Rússia, a República Checa e a Itália tiveram mais da metade dos novos casos na Europa.
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