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13/04/2019 - 05:04
Quando nos reportamos ao tema ‘diversidade’, o padrão pré-formatado de conceito aceitável é ‘anormalidade’.
Embora nossa Constituição de 1988, a mais inclusiva e tolerante de todas que já tivemos, estabeleça, em seu artigo 3º, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, o entendimento obtuso de grande parte da sociedade acerca desse conceito, ainda segue deformado.
A diversidade encontra seu principal obstáculo na dinâmica cultural com que a sociedade se molda. Nosso modelo é regido e dinamizado por padrões estabelecidos como, estética, eficiência, uniformidade, conformidade, produtividade, lucratividade, funcionalidade, racionalidade cartesiana, entre outros.
Convencionou-se daí, que tudo o que se adapta a esses arquétipos, pode-se considerar como aceitável e adequadamente normal.
Sob essa lógica, como bem preconiza a Dra. Idilia Fernandes, da PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, “o grande paradoxo das relações sociais é produzir a padronização tendo em vista que o ser humano é diverso, não se iguala; que a dinâmica da existência humana não se molda aos padrões estabelecidos.
Assim, a discussão da diversidade nos remete ao movimento das relações sociais que criam as interdições, ou, a deficiência das estruturas sociais (instituições, escolas, família, comunidade, mídia, espaços construídos, etc.) em reconhecer a diversidade da condição humana”.
Ouso afirmar que as organizações que não identificarem oportunidades no poder da diversidade, começarão a depreciar seus negócios.
O desafio é grande, pois, nossa concepção de sociedade ainda é do século passado. Entretanto, já temos estudos comprovando que quem promove equidade de gêneros e inclusão de pessoas com deficiência, negros, mulheres e LGBTI+, são mais produtivos, competitivos, lucrativos e felizes.
Estes poucos que estão à frente, entendem a diversidade, desprovidos de preconceitos e de ideologias extremistas, seja de esquerda ou direita, e a reconhecem como evolução da espécie e sua capacidade.
Essa transformação, avançada em países desenvolvidos e incipiente por aqui, só se fará sentir quando invertermos a perspectiva e percebermos o desigual, como fenômeno socialmente criado por nós.
Requer, portanto, novo paradigma de sociedade, na qual essas boas práticas deverão brotar muito mais das organizações e sociedade organizada, do que do Estado. Por enquanto, a dimensão de nossa diversidade está restrita no “ado a ado, cada um no seu quadrado”.
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