“Dor na relação sexual: diagnóstico e tratamentos”

Foto: Piero Ragazzi

Por: Marcelo Langer

07/09/2020 - 11:09 - Atualizada em: 08/09/2020 - 17:23

Na última semana, falamos sobre as principais causas de dores durante relações sexuais – Transtorno de Dor Gênito-Pélvica/Penetração, tecnicamente conhecidas por dispareunia/vaginismo e vulvodínia, e hoje voltaremos a desenvolver mais sobre o assunto. Quanto ao diagnóstico, a avaliação da dor gênito-pélvica/penetração pode necessitar de uma equipe multiprofissional.

Nos casos identificados de contração muscular sem vontade própria, recomenda-se a avaliação de um profissional fisioterapeuta. Ele irá verificar: a contração e a função dos músculos, a existência e localização de pontos dolorosos e a percepção de contração e repouso voluntário dos músculos pela mulher.

O tratamento da vulvodínia sugere medidas de higiene e cuidado genital adequados com sabonete específico para região íntima, uso de roupas íntimas de algodão, afastar irritantes vaginais como desodorantes e cremes perfumados que geralmente contêm álcool. Usar lubrificantes à base de glicerina ou óleos vegetais.

Dado o caráter multifatorial da vulvodínia algumas recomendações para o tratamento abrangem também a psicoterapia e a fisioterapia pélvica. A terapia hormonal e acupuntura parecem ser promissoras, mas ainda faltam estudos sobre este tema. Alguns antidepressivos e anticonvulsivantes também são ferramentas possíveis para o tratamento.

O tratamento fisioterapêutico é dividido em quatro etapas: orientações gerais, auto relaxamento, treino de propriocepção (é a capacidade de reconhecer e dominar a musculatura de alguma parte específica do corpo), e massagem perineal.

As orientações gerais consistem na visualização da vagina e um desenho ilustrativo dos músculos da pelve instruindo a mulher sobre sua localização, função e demonstrando quais grupos musculares que serão tratados, visando o autoconhecimento.

Esta orientação é importante para o tratamento, visto que 30% das mulheres têm dificuldades para controlar esta musculatura e a falta de percepção destes músculos dificultará a aquisição do autocontrole para relaxar essa musculatura, mantendo assim o ciclo da dor – contração.

A mulher é orientada também quanto à importância das preliminares (do toque, da troca de carícias) entre ela e o(a) parceiro(a) antes da penetração, objetivando uma boa lubrificação vaginal.

A próxima etapa é ensinar técnicas de auto relaxamento e controle da ansiedade que consistem na melhora da consciência corporal e controle da respiração, orientando inspiração profunda e expiração máxima que devem ser realizadas lentamente.

A dessensibilização têm como objetivo favorecer o autoconhecimento, a mulher é estimulada a visualizar e identificar o clitóris, grandes lábios, pequenos lábios e a entrada da vagina através de um espelho e a tocar estas regiões. Alongamento e massagem vaginal ou da região ao redor da vagina também são orientadas.

Os exercícios para melhora da função dos músculos pélvicos também devem ser realizados em domicílio.

Orientamos não interromper as relações sexuais durante o tratamento, pois seu desempenho, bem como as dificuldades apresentadas, servem de parâmetros para a evolução do quadro, bem como para nortear o tratamento.

Outros recursos fisioterapêuticos também podem ser empregados como uso da eletroterapia e biofeedback, caso necessário.

Onde encontrar

O Dr. Marcelo Langer atende apenas consultas particulares na Policlínica Rio Branco que fica na Rua Barão do Rio Branco, 207, sala 5, no Centro de Jaraguá do Sul. Contato pode ser feito pelo telefone: 47 3275-1063 ou 47 99924-7779 (Whatsapp). Fique por dentro das novidades pelo Facebook e Instagram: @drmarcelolanger.