“Dor na relação sexual”

Foto: Piero Ragazzi

Por: Marcelo Langer

01/09/2020 - 17:09 - Atualizada em: 01/09/2020 - 18:00

O Transtorno de Dor Gênito-Pélvica/Penetração passou a englobar os diagnósticos de dispareunia e vaginismo, e a duração dos sintomas deve ser de pelo menos 6 meses. A mulher pode ter um dos seguintes sintomas: dor na vagina e ao redor dela, dificuldade à penetração vaginal, medo associado à penetração vaginal, tensão da musculatura da região da genitália à tentativa de penetração.

Com relação aos transtornos de dor referentes, especificamente, à vulva (parte externa da genital), temos situações com causas bem definidas, que podem ser: de origem infecciosa (herpes genital, candidíase), inflamatória (como líquen), neoplásica, iatrogênica (pós-radioterapia por exemplo), hormonal. E situações que não apresentam uma causa definida.

Estima-se que a dispareunia afete seis milhões de mulheres nos Estados Unidos, e aproximadamente 15 a 20% das mulheres com idades entre 18 e 64 anos. No Brasil os estudos dizem que em média 18% das mulheres sofrem com esse problema.

Dispareunia é a presença de dor genital durante a relação sexual associada a fatores físicos e/ou psicológicos. Pode ser dor superficial ou profunda.

A dispareunia superficial refere-se à dor percebida na região da entrada da vagina no início da penetração, ou com o movimento do pênis dentro da vagina, durante a relação sexual, e pode ter múltiplas causas, principalmente relacionadas com alguma doença como: atrofia da parede vaginal na pós-menopausa, ressecamento vaginal pelo uso de anticoncepcionais hormonais, infecção de urina, lubrificação vaginal inadequada, prolapso (a popular bexiga caída), líquen (doença da pele), dentre outras.

Já a dispareunia de profundidade, na qual a dor se manifesta no fundo da vagina e no “pé da barriga”, está frequentemente associada com dor que se reproduz em outras situações fora do
ato sexual e dor crônica na barriga. Pode ser persistente, quando a dor ocorre em todas as relações, ou condicional, quando a dor apresenta-se em algumas posições, tipo de estimulações ou relacionada a um parceiro específico.

Vulvodínia é a dor vulvar sem causa, de pelo menos três meses de duração. É comumente referido como dor tipo queimação e deverá estar associado à ausência de doenças infecciosas, inflamatórias, neoplásicas (câncer) ou neurológicas. Dentre os fatores hormonais, o estrogênio baixo associado a menopausa tem importante papel já que pode levar ao aumento de terminações nervosas na vagina e ao seu redor.

Vaginismo é caracterizado como a dificuldade na penetração vaginal associada a dor, medo e contração da musculatura da região da genitália no momento da relação sexual. As causas ainda não estão bem esclarecidas mas acidentes na parede vaginal e cirurgias prévias podem ser fatores desencadeantes.

Fatores psicológicos também podem interferir, pois o medo de que a sensação dolorosa volte a aparecer pode fazer com que a mulher apresente postura de defesa, contraindo, sem vontade própria, os músculos da região, levando a persistência da tensão e dor na relação.

Falaremos mais sobre os transtornos de dor relacionada ao ato sexual na próxima semana. Para saber mais sobre o assunto e tirar suas dúvidas, marque uma consulta com o seu ginecologista de confiança.

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