Falta-nos um empurrão

Por: Luiz Carlos Prates

12/05/2018 - 12:05

A história é antiga, serve de exemplo e incentivo para muitos de nós. Pensando bem, serve para todos nós, sem exceção. Todos nós somos seres por metade. A outra metade está por ser descoberta, e bem provável seja a melhor das nossas metades, bem possível.

A história a que me refiro trata de uma águia que foi criada por galinhas. E como galinhas não voam, a pequena águia não voava, ciscava no pátio. Mas a aguiazinha tinha um tio muito invocado, o tio não aceitava que a sobrinha não voasse, não soubesse voar, vivia como uma galinha.

Um dia o tio/águia convidou a águia criada como galinha para um passeio, um passeio à beira de um abismo. A pequena águia só de olhar para o precipício se arrepiava: – Credo, como é que alguém se atreve a se atirar sobre um abismo desses? E a aguiazinha conjeturava sobre como seria voar, como seria pairar no ar, voando sobre montanhas e precipícios, que horror, pensava a pequena águia. Nem chegou a terminar os pensamentos. O tio/águia veio por trás e empurrou a aguiazinha no abismo. E a aguiazinha saiu voando, voando como uma águia, voo perfeito, lindo…

Qual a moral dessa história? Você sabe. Todos nós somos, para muitas ações na vida, águias medrosas, temerosas dos abismos, dizemos a nós mesmos que não temos talento, jeito, sorte, nada. E, todavia, temos magníficas “asas” para voar sobre os nossos abismos, sobre nossas dificuldades, não raro, meras consequências do nosso modo de pensar.

Todos nós podemos bem mais, muito mais do que estamos a colher na horta da vida. Nossa educação para os medos, para as incertezas, para as dúvidas sobre nós mesmos nos travam, nos levam a produzir aquém de nossas potencialidades. Nem vou citar os atletas paraolímpicos que, mais das vezes, viam a vida passar sem emoções até o momento do acidente que os incapacitou para muitas e quase todas as suas ações do cotidiano. Quantos desses tornados “inválidos” encantaram e encantam o mundo dos “saudáveis” com suas prodigiosas realizações esportivas de hoje? Nem eles podiam imaginar do que seriam capazes. Mais ou menos o que acontece conosco aqui do “lado de fora”. Podemos ser melhores em tudo. Em tudo. Mas andamos em círculos inventando desculpas para continuar na mediocridade em que vivemos sem nos darmos conta. Molengas. Falta-nos um empurrão… Um empurrão de águia ou da vida?

Idiotas

Sim, alguns tipos têm que ser chamados de idiotas. Se não o forem, os idiotas serão os brasileiros democratas. Alguns parvos em Porto Alegre quiseram mudar o nome da tradicional rodovia Castelo Branco para rodovia Legalidade. Castelo Branco para eles foi um ditador, Legalidade, por seu lado, foi o nome dado por Brizola à reação dos antidemocratas à Revolução Redentora do Brasil, a que nos salvou do comunismo. A esquerda pensou que tinha ganho a parada. Houve protestos e reações e… a rodovia voltou a ser chamada de Castelo Branco. Tomem, comunistas!