“Infertilidade ou subfertilidade?”

Foto Pixabay

Por: Juliana Bizatto

23/07/2020 - 11:07 - Atualizada em: 23/07/2020 - 11:44

Junho é considerado o mês da infertilidade, e como é um assunto com bastante repercussão no consultório, resolvi fazer uma série de matérias para vocês.

Antes de falar do que é alterado, vocês precisam saber o que é o normal. A chance de engravidar a cada mês não é muito grande, porém vai se acumulando, sendo assim no 1° mês de tentativa, a chance de engravidar é de 20 a 25%; após 3 meses é 50%; após 6 meses é 60%; e até 12 meses a chance chega a 85%; e após 12 meses e até 24 meses a probabilidade de engravidar vai para 92%.

Esses valores são para gestações espontâneas, sem a ajuda médica, e claro que é uma estatística, então trata-se de estimativas.

Vocês precisam entender uma coisa, não existe pessoa infértil, existe casal subfértil ou infértil!

Ninguém faz filho sozinho, ok? Então, a investigação é para os dois sempre! Dito isso, consideramos um casal subfértil quando após um ano com relações sexuais regulares (pelo menos duas vezes por semana) a gravidez não é alcançada.

Mas nem sempre esperamos por um ano para fazer esse diagnóstico, existem situações onde esperamos apenas seis meses, por exemplo, no caso de mulheres acima de 35 anos; mulheres com história de DIP (Doença Inflamatória Pélvica – abscesso de trompa, abscessos paraovarianos, etc); e mulheres com ciclos muito longos (mais de 45 dias).

Cerca de 15 a 20% dos casais apresentará dificuldade para engravidar, configurando o diagnóstico de subfertilidade. Então, é mais comum do que você possa imaginar.

Podemos classificar em subfertilidade primária, onde nunca houve gravidez, e subfertilidade secundária, quando já houve alguma gravidez anterior, mas agora não está se alcançando uma nova gestação.

Casais inférteis são considerados aqueles cujas alterações são intransponíveis sem métodos artificiais como nos casos de: ausência de útero (histerectomia ou paciente nasceu sem útero); trompas obstruídas bilateralmente (laqueadura, retirada de trompas por gravidez nas trompas ou infecções, etc); azoospermia (ausência completa de espermatozoides e persistente em mais de um exame).

Então, mais uma vez, e vou repetir quantas vezes for necessário: anotem seu ciclo menstrual! Não tem como fazer uma boa avaliação de casal subfértil sem saber o ciclo menstrual. Lembrando que ciclo menstrual começa no 1º dia da menstruação vermelho vivo e termina no último dia antes de começar o novo ciclo (ou seja, a próxima menstruação).

Na próxima edição, vamos falar de período fértil. Ficou com dúvidas? Fale com seu médico, e se eu for sua médica, fale comigo. Mais informações no nosso Instagram @drajulianabizatto.

Referências bibliográficas: Ginecologia de Williams, 2 ed. 2014 | Propedêutica basal da infertilidade Conjugal. Protocolos Febrasgo. 2018

Dra. Juliana Bizatto

(CRM/SC 16684 | RQE 15232)

Endereço: Edificio Blue Chip: rua João Planincheck, 1990 – sala 501, bairro Jaraguá Esquerdo

Contato: (47) 3307 4853 | 9 9154 7387

Redes sociais: Facebook | Instagram