“Corrimento é normal?”

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Por: Juliana Bizatto

25/06/2020 - 13:06 - Atualizada em: 25/06/2020 - 13:08

Eu sou mulher e eu entendo as minhas pacientes quando chegam reclamando de secreção vaginal. Nós, mulheres, temos paranoia de limpeza, gostamos de tudo cheirosinho e brilhando. E ter uma sujeirinha na calcinha pode deixar as melhores de nós enlouquecidas!

Mas o fato é, minhas eternas mocinhas, que a vagina tem um “corrimento” natural. Nossa vagina é um mundo, acreditem em mim, existem inúmeras bactérias e micro-organismos vivendo ali. E para ser bem sincera, a vagina não é o nosso único órgão colonizado por micro-organismos, como também nosso intestino, estômago, boca e por aí vai.

Mas nem todos esses micro-organismos podem fazer mal a nós. Temos o que chamamos de flora nativa que, na verdade, nos protege contra outros micro-organismos que realmente podem fazer mal, ou também chamados de patológicos.

Algumas pacientes mais curiosas se interessam por lerem o laudo do seu preventivo, e quando elas encontram a presença de Lactobacillus, não raramente ficam preocupadas. Mas isso não quer dizer que você tem uma infecção, só quer dizer que esse bichinho mora ali, e ele te protege, tá?

Ele ajuda a manter o pH vaginal entre 4 e 4,5 (lembra do Yakult e seus lactobacillus vivos? Não é a mesma coisa, mas acho que deu para entender).

Além dos micro-organismos que vivem na vagina, a secreção é formada por células de defesa, também para impedir que “bichos ruins” criem uma infecção.

Mas existem, sim, corrimentos que devem ser tratados, então quando o corrimento vier acompanhado de odor fétido (de peixe podre), coceira intensa, inchaço na vulva (parte externa da vagina – pequenos lábios, grandes lábios e clitóris), dor na relação sexual, dor ao urinar, coloração esverdeada, marrom ou cinza, e em quantidade muito acima do normal, procure seu ginecologista sem hesitar.

Ficou com dúvidas? Fale com seu médico, e se eu for sua médica, fale comigo. Mais informações no Instagram @drajulianabizatto ou na página do Facebook @clinicajulianabizatto.

Referências Bibliográficas: 1 – Ginecologia de Williams. 2 edição. 2014. | 2 – Vaginites e Vaginoses. Protocolos Febrasgo. 2018.

Dra. Juliana Bizatto

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