“E os novos relacionamentos? E a distância, como faz?”

Foto Pixabay

Por: Francisco Hertel Maiochi

19/05/2020 - 09:05 - Atualizada em: 19/05/2020 - 09:49

Quem está solteiro ou vivendo um relacionamento à distância pode estar passando por momentos complicados em relação à sua sexualidade. Com a quarentena restringindo transporte, viagens, encontros em locais fechados e sem máscaras (estamos de olho, pessoas que estão fazendo festinhas por aí), pode levar algum tempo até que se tenha a oportunidade de contatos mais próximos com pessoas desejadas.

Assim como estamos aproveitando da tecnologia para manter contato com as pessoas queridas, também podemos utilizar da tecnologia para aprofundar a intimidade. Muitas pessoas já estão experimentando com os primeiros (e segundos, e terceiros) encontros à distância.

E os brasileiros, especialmente os mais jovens, não são estranhos a compartilhar intimidades pelos celulares: mandar nudes deixou de ser tabu para se tornar meme comum. Talvez não fosse de se esperar outra coisa ao botar uma câmera com acesso a internet na mão de todas as pessoas.

Primeiramente é importante lembrar que assim como tudo o que é sexual na vida real, a sexualidade virtual também precisa de consentimento. Nada de mandar nudes ou conversas de conteúdo sexual sem um pedido de permissão antes.

Por mais que muitos homens heterossexuais afirmem que adorariam nudes não solicitados, certamente também não gostam de receber pênis aleatórios nos seus celulares e o sentimento da maior parte das pessoas é o mesmo. Nudes e sexting têm que ser reservados para pessoas que já se tem alguma intimidade, que já deixaram claro que querem ver o que você tem para mostrar.

Segundo: nem todas as pessoas ficam confortáveis com a sexualidade virtual. Cobrar nudes é rude. Intimidade é um presente que se dá, não algo que pode ser exigido. Algumas pessoas têm receios com coisas específicas, enquanto umas não gostam de chamadas em vídeo, outras pessoas adoram. Outras gostam do vídeo, mas não conseguem escrever.

A estratégia é a mesma a ser utilizada com incompatibilidades no contato frente a frente: conversa, e tentar encontrar alguma coisa em comum. Talvez se a chamada em vídeo não funciona, gravar um vídeo em outro momento funcione. Talvez tirar fotos, gravar um áudio, conversar por texto das suas fantasias ou provocações, compartilhar imagens, gifs ou filmes de outras fontes para se ilustrar o que se deseja.

O importante é compartilhar do momento, do desejo, da vontade de conexão e prazer. Pode ser que bata uma vergonha com algumas destas coisas, e ninguém precisa mergulhar de cabeça. O ideal para quem tem receio é começar com coisas mais leves e ver como se sente.

Por fim, é importante ter considerações de segurança. Verifique se as fotos e vídeos não estão passando para um backup na nuvem. Para guardar imagens ou vídeos com consentimento, faça um backup para um local seguro, como um pendrive criptografado e com senha.

Retirando fotos e vídeos do celular não se corre o risco de ter dados expostos no caso de perder o aparelho. Também é boa ideia não mostrar o rosto ou outras marcas que permitam identificação ao mandar fotos e fazer vídeos.

Viver a sexualidade é saudável, e é uma das coisas que podem aliviar as nossas tensões em tempos tão caóticos e imprevisíveis, aproveitemos as oportunidades que a tecnologia nos dá.

Francisco Hertel Maiochi – Espaço Ciclos

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