“Mulheres: carreira e/ou família?”

Por: Emílio Da Silva Neto

01/10/2021 - 03:10 - Atualizada em: 30/09/2021 - 15:44

A historia mostra que o patriarcado foi, desde o começo, a marca registrada das três religiões monoteístas: islamismo, judaísmo e cristianismo. Mas, afinal, Deus prefere os homens? Longe disso!!!

Tudo se deve ao clero exclusivamente masculino nas origens das três religiões, que incorporou às mulheres o papel de subserviência, “fonte do pecado e da tentação”. E, disto, a maioria das restrições físicas, de hábitos e costumes incidir sobre as mulheres.

É claro que cada cultura filtra e se adapta, mas a ancestral base dogmática da ortodoxia religiosa, considerando a mulher inferior ao homem, dificulta a elas, com ou sem liberdade, ganharem igual pelo mesmo trabalho e serem líderes.

Assim, ‘viver para família ou viver para o trabalho’ torna-se narrativa traiçoeira a elas, se não for buscado um ponto de equilíbrio entre vida familiar e oportunidades de carreira.

O fato é que o mundo do trabalho é agenda vital para mulheres que buscam manter sua presença na família e fortalecer sua ação na sociedade, conciliando os dois mundos, o pessoal e o profissional.

O tal “teto de vidro” ou “teto de cristal”, fenômeno que referencia às barreiras que sofrem as mulheres no âmbito laboral, é o responsável pela sua ‘condenação’, fazendo com que elas, muitas vezes, permaneçam na base da pirâmide econômica, impedidas de ascender a cargos diretivos, pela sua maior dedicação às famílias, tendo que fazer a perversa escolha de optar por uma jornada menos arrojada.

Assim, prevalecendo a tese de que a jornada dupla (trabalho/família) da mulher reduz oportunidades para a sua conquista de altos cargos nas hierarquias das empresas, tem-se, no topo, mais homens que mulheres, pois para se chegar lá, são necessárias obstinação e esforço: excesso de trabalho, viagens recorrentes, finais de semana preparando apresentações, reuniões frequentes, happy hours de última hora, cursos fora do expediente, férias partilhadas, ausência em reuniões e em festas da escola de filhos.

Em resumo, como a rota para a conquista não perdoa quem a deixa pelo meio do caminho, isto é, atendendo suas demandas a todo tempo, caso a empresa não tenha nenhum programa voltado para a carreira da mulher, os sacrifícios para se chegar ao topo podem se tornar uma verdadeira odisseia, pela renúncia a uma vida familiar mais ativa ou de terem que se deixar sua identidade feminina fora da empresa, tornando-se “homens de saia”, “falando de igual para igual”.

Vale lembrar Angela Merkel, a maior líder mundial do século XXI, que, em seus 16 anos de primeira ministra da Alemanha, deu amplo espaço ao poder da mulher, deixando claro que que não há alternativas: o estado (sim, o estado !!!) precisa entrar para garantir a igualdade de gênero no mundo do trabalho. Segundo ela, foi só com leis duras que, na Alemanha, as empresas passaram a ter um número equilibrado de mulheres e homens em seus conselhos. Ou seja, nem mesmo tendo uma mulher no poder, o setor privado se moveria de forma voluntária neste sentido.

E Merkel nunca foi mãe biológica, porque o primeiro casamento durou pouco e dele só teve como ‘herdeiro’ o sobrenome Merkel. Do segundo casamento, tem dois filhos ‘do coração’.

Mas, na Alemanha, é conhecida, emblematicamente, como “mutti”, ou ‘mãezinha’ (em português) e diz gostar de cozinhar, porque “é a única ‘altura’ em que não se sente chanceler”.

Enfim, um viva às mães ativas profissionalmente !!! Delas é…o “reino dos céus”!

Inspiração: mãe Dida (+2019), esposa Márcia, filha Larissa e nora Juliana, todas mulheres empresárias.

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Também, com dedicatória personalizada, diretamente com o Autor

Emílio Da Silva Neto

Dr. Eng., Industrial, Consultor, Conselheiro, Palestrante, Professor (*) Sócio da ‘3S Consultoria Empresarial Familiar’ (especializada em Processo Decisório Colegiado, Governança, Sucessão, Compartilhamento do Conhecimento e Constituição de Conselhos Consultivos e de Família). Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento.

Curriculum Vitae: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4496236H3
Tese de Doutorado: http://btd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/08/Em%C3%ADlio-da-Silva.pdf
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