“Mais um exemplo de bolha pública”

Por: Emílio Da Silva Neto

16/03/2021 - 03:03 - Atualizada em: 31/03/2021 - 09:09

O mundo é dos “espertos”, daqueles que olham para todos os lados, mas só se lembram, só focam, os próprios umbigos. São aqueles que justificam suas maldades e egoísmos, a partir da frase proferida pelo poeta romano Ovídio, na sua obra Heroides, erroneamente atribuída a Nicolau Maquiavel: “os fins justificam os meios”.

Referindo-se ao poder público, tem o significado de que os governantes devem estar acima da ética dominante, para manter ou aumentar seu poder. E, popularmente, a frase é usada como justificativa do emprego de expedientes maldosos para a obtenção de determinados fins, supostamente legítimos.

E disto, em sua obra O Príncipe, Maquiavel criou um verdadeiro “Manual de Política”, sendo interpretado de várias formas, principalmente de maneira perniciosa, injusta e pejorativa, significando que não importa qual o caminho tomado, desde que o resultado seja vitorioso. Contudo, segundo o autor filósofo, o governante “deve agir segundo a ética sempre que possível, a partir do conceito de razão de Estado, necessário para a manutenção do poder. A regra, portanto, é a conquista e a manutenção do poder’.

Toda esta “paranoia umbilical” está em sentido exatamente contrário à doutrina cristã, que diz: “não se pode justificar uma má ação como boa intenção … o fim não justifica os meios”

Feito o preâmbulo, vamos aos fatos !!!

É muito fácil políticos, funcionários públicos, magistrados e ministros defenderem lockdowns, face ao recrudescimento da pandemia.

Mas, quem está, desde março de 2020 “carregando nas costas”, quase que sozinhos, todos os encargos, prejuízos, sentimentos de desolação e desesperança são as pessoas da iniciativa privada, quer empresários, quer trabalhadores, não só pela sensível redução de ganhos, como também, pela destruição de negócios, queda substancial de empregos e, à juventude recém ingressa no mercado de trabalho, esperança mínima em dias melhores.

Mas, e a contrapartida do poder público? Algum funcionário teve redução de salários e suspensão de penduricalhos, como auxílios-moradia, reembolsos de despesas, “bolsas isto-bolsas aquilo” e prêmios por tempo de serviço? Alguém perdeu a mordomia da estabilidade de emprego? Houve redução da folha de pagamento?

A resposta dura e crua é… NÃO!!!

Dos ‘barnabés’ às ‘senhorias suas excelências’, todos mantém intactos seus proventos e benefícios, alicerçados por lideranças, que sempre legislam muito mais em causa própria que em nome do povo que sustenta, com seus impostos de toda ordem, a eles e à malfadada parafernália pública.

Explica-se isto tudo, assim: num mundo caótico, cuja realidade é pavorosa, parece razoável, ignorando o mundo real, viver… numa ‘bolha’. Tal alienação atrai um sentimento de felicidade, algo incomum aos que têm noção exata do mundo exterior porque… nele vivem!!!

Enfim, povo brasileiro, chega de ficarmos na plateia assistindo ‘atores’ pavorosos, na grande maioria, na gestão pública!!! Saiamos da inconfortável indignação à desconcertante ação!!!

E que Deus tenha pena deste Brasil, de gente tão maravilhosa -onde judeus e árabes tomavam, juntos, caipirinha na XXV de março, em São Paulo, quando sem os desmandos daquele de calcinha apertada e rosa na lapela – mas, governada por uma maioria de imbecis mal-intencionados, mentirosos e vendedores de indulgências (lugares no céu).

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Emílio da Silva Neto

Dr. Eng., Industrial, Consultor, Conselheiro, Palestrante, Professor (*) Sócio da ‘3S Consultoria Empresarial Familiar’ (especializada em Processo Decisório Colegiado, Governança, Sucessão, Compartilhamento do Conhecimento e Constituição de Conselhos Consultivos e de Família). Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento.

Curriculum Vitae: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4496236H3
Tese de Doutorado: http://btd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/08/Em%C3%ADlio-da-Silva.pdf
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