“Empresário de sucesso na presidência do país: chegaria lá?”

Muito embora, para a maioria das pessoas, resultados de eleições, via de regra, nada tenham de estranho, sempre ficam no ar perguntas acerca de acertos nas eleições de alguns candidatos despreparados, mal intencionados e, até, de passado assombroso.

E é este o ponto mais curioso da democracia. Ela parece, às vezes, burra e que não funciona bem, muito embora, seja, indiscutivelmente, o que melhor se tem, pois nenhuma outra possibilidade pensada até hoje parece superior a ela.

Isto não quer dizer, contudo que a democracia, como é, não precisa de aprimoramentos. Sim, precisa!

Numa empresa, por exemplo, quem escolhe o Presidente e os Diretores não são os funcionários do “chão da empresa”. São os Sócios, um corpo de Diretores e o Conselho de Administração.

Isto porque a maioria dos colaboradores funcionais não faz a menor ideia de como conduzir uma empresa, não tem informações suficientes para embasar uma opinião de quem seria o melhor Presidente para a empresa e, até, tem interesse zero por isso. Ou, pior ainda, os bem poucos que se interessam, focam apenas em benefícios próprios e não no do todo (da empresa).

Com a ‘empresa Brasil’ é a mesma coisa, ou seja, a grande maioria da população – principalmente, aquela dos degraus mais baixos da hierarquia sócio-econômica – tem interesse e capacitação mínimos para decidir quem é o mais capaz para presidir o país.

Apesar desta falha da democracia, os seus defensores lembram que o grande valor dela está, justamente, no sufrágio universal, não colocando requisitos de caráter social, como escolaridade mínima, renda mínima, gênero ou etnia, para garantir às pessoas o direito à participação no processo eleitoral. Assim, diferentes demandas e necessidades dos variados grupos que compõem a sociedade são sempre levadas em consideração pelos formuladores de leis e prestadores de serviços públicos.

Exatamente esta amplitude da cidadania política, segundo analistas, é o vetor de aperfeiçoamento das democracias, algo crucial para que os estados modernos equalizem os conflitos que se desenvolvem no bojo do

interesse público, aprimorando políticas e serviços para todas as camadas horizontais e verticais da população.

Pois então !!! Se a universalidade do direito ao voto tem valor enorme, justamente pelo fato dos principais demandantes do sistema serem os menos preparados a escolher o mais capacitado a liderar os desafios, o que fazer?

Só resta capacitá-los para o voto, através de cursos de formação em áreas como educação, saúde, infraestrutura, saneamento básico e economia, por exemplo.

Utópico? Quase sim !Contudo, um bom começo é melhorar a qualidade do ensino básico e médio, incluindo a formação de uma consciência cívica para a população. Lembram-se das antigas disciplinas escolares de OSPB e Educação Moral e Cívica? Pois é!

Outro eventual caminho poderia ser inspirar-se em modelos democráticos testados, como o dos EUA (de Colégio Eleitoral), o parlamentarismo da Alemanha e França ou, ainda, o semi-presidencialismo de Portugal (chamado de “boa geringonça”), onde a eleição do principal mandatário se dá pelo voto de pessoas mais preparadas.

Só assim, enfim, poder-se-ia dar menor chance à fala do Rei Pelé, que nos anos 70, declarou: “brasileiro não sabe votar!”. Ou alguém defende o contrário?

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Emílio Da Silva Neto

Dr. Eng., Industrial, Consultor, Conselheiro, Palestrante, Professor (*) Sócio da ‘3S Consultoria Empresarial Familiar’ (especializada em Processo Decisório Colegiado, Governança, Sucessão, Compartilhamento do Conhecimento e Constituição de Conselhos Consultivos e de Família). Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento.

Curriculum Vitae: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4496236H3
Tese de Doutorado: http://btd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/08/Em%C3%ADlio-da-Silva.pdf
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