“Empresa Brasil S.A.”

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Por: Emílio Da Silva Neto

18/02/2022 - 05:02

A empresa “Brasil S.A.”, gerida como está sendo, será, ainda, por muito tempo, uma S.ociedade A.narquizada/A.lgazarrada!

Assim, “salve-se quem puder”! Pois, pessoas e empresas quebram, mas países nunca!

O Eng. Décio da Silva, quando Diretor Superintendente da WEG Acionamentos, já impressionava este Colunista, então Diretor de Produção.

Bem cedo, chegava à empresa, estacionava seu carro na garagem e, em vez de ir para sua sala, ia direto para o piso de fábrica, ver/colher/sentir como estava o ‘suprassumo’ da empresa. Algo que Wander Weege, outro brasileiro ímpar, reforçava caricaturalmente, proclamando: “somente o piso de fábrica é que dá lucro, o ‘resto’ (escritório), só prejuízo”. Por isso que as áreas de produção da Malwee eram super-automatizadas, moderníssimas e seus escritórios, bem um “salve-se quem puder”, com mobiliário digno de um museu e piso balançante de madeira.

Em 1990, realizou-se a união monetária, econômica e política entre às duas Alemanhas, até então separadas, desde o fim da 2ª Grande Guerra, face à bipolarização mundial, em Alemanha Ocidental (BRD-Bundesrepublik Deutschland, capitalista) e Alemanha Oriental (DDR-Deutsche Demokratische Republik, socialista).

Na realidade, a DDR (pobre) foi anexada à BRD (rica). O que fez o Bundeskanzler Helmuth Kohl, o ‘obreiro’ da reunificação, logo em seguida? Recrutou Ministros Especiais para o erguimento da DDR, todos entre altos executivos de empresas alemãs internacionalizadas, nenhum deles de carreira ou representatividade política alguma. Nomeações todas baseadas, unicamente, em competências setorizadas (economia, transportes, saúde, meio-ambiente, produção e, assim, por diante) e desvinculo total com interesses privados e cuidados especiais no que concerne aos chamados “conflitos de interesses”.

Resultado? A Alemanha reunificada, após os naturais percalços iniciais, próprios de toda mudança, logo se tornou a locomotiva econômica e forte fiel da balança política europeia, a ponto de, durante seu mandato de 16 anos (2005-2021), a Bundeskanzlerin Dra. (em Física) Angela Merkel, egressa de infância e juventude, todas na antiga DDR, vir a tornar-se a “líder de fato” da União Europeia, a “mulher mais poderosa do mundo” e a “líder do Mundo Livre”.

Enfim, forçando-se um paralelo entre uma empresa lucrativa e um país pujante, poder-se-ia dizer que o mandatário de um país não deveria ser escolhido pelo voto de todos os cidadãos, pois uma grande parte deles entende “bulhufas” de gestão. Numa empresa privada, por exemplo, um Décio da Silva ou um Wander Weege foram empossados Presidentes, com o aval dos acionistas (o ‘povo’, o verdadeiro dono de um país não monárquico) e indicação por um Conselho de Administração, constituído de experts em gestão, pois de nada adianta uma equipe competente se o Presidente não liderar sob o trinômio C.H.A. – Competência, Habilidade e Atitude.

Por sua vez, se uma equipe de gestores intermediários (nas áreas Comercial, Administrativa-Financeira e Operação), bem como de colaboradores de uma empresa têm seus mandatos regidos por seus próprios resultados (entre admissão e demissão), por que num país, funcionários públicos têm estabilidade e “cargos de confiança” atrelados aos seus “QIs”?

Ainda, por que o processo decisório colegiado numa empresa passa por “Comissões” Específicas (ôps, hoje em dia, “Comitês”, para não levar à conotação de “propina”), enquanto na gestão de um país passa por um “estádio de futebol”, dividido entre Câmara e Senado, cujos integrantes têm interesse máximo pela sua próxima reeleição e mínimo pela empresa “Brasil S.A.”? Só assim se explica, por exemplo, o ex-Presidente José Sarney, responsável histórico pelo gritante atraso do Maranhão (o estado mais pobre do país, ultrapassando o Piauí), conseguir ser eleito Senador pelo Amapá, estado onde nunca residiu.

Por fim, um ‘Morais sem moral’, do enclausurado STF, não eleito pelos “acionistas” (povo), se arvora como um apóstolo de Deus, interferindo ideológica e indevidamente em tudo.

Enfim, esta empresa “Brasil S.A.”, a continuar sendo assim gerida, será, ainda, por muito tempo, uma S.ociedade A.narquizada/A.lgazarrada e, destarte, salve-se quem puder! Pois, pessoas e empresas quebram, mas países nunca!

Escrito durante a Pedalada Palmas-Brasília-Goiânia, 1.100 km, de 02.02 a 09.02.22

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Emílio Da Silva Neto

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