“‘Capitanear’ em mares revoltos”

A qualidade da liderança determina a história e o sucesso de um projeto, organização ou nação. E o líder tem que ser percebido como aquele que facilita resultados crescentes a seu “povo”. É o mínimo que se espera dele.

Em períodos de crise, contudo, isso é exacerbado, pois líderes sempre buscam, de todas as formas, garantir a continuidade de um rumo, mesmo que não harmonicamente.

Buscando resultados, a todo custo, eles podem insistir em metas dificílimas ou disruptivas (em processos de reestruturação), frustrando, muitas vezes, expectativas pessoais futuras, provocando desaprovações imediatistas sobre “meios e modos” e, pior, insuflando insatisfação ‘contagiosa’ e queda do “clima” geral.

Afinal, reestruturações sempre deixam marcas profundas nas histórias individuais e coletivas, gerando tensão emocional e estresse (com angústia, temor e desesperança), pois elas não poupam ninguém, nem mesmo os profissionais da equipe principal.

Em ambientes desses, a zona de conforto some, também porque, por falta de tempo, a comunicação de líderes é impensada (precipitada) e dúbia (desconexa), retardando, muitas vezes, o sucesso de curto prazo. Ou seja, sem tempo suficiente para preparar convenientemente o terreno antes das ações, líderes em “tempos de guerra” correm o risco de catalisar frustrações.

Nessas situações, raramente existe o certo e o errado, o bom e o mau, não se devendo, portanto, fazer juízo de valor. Pouco adianta esperar que, em situações de “mares revoltos”, com o “barco fazendo água”, o líder passe a ser e fazer, aquilo que se acha adequado. Isto faz parte da organização humana.

Assim é e sempre será, principalmente quando o mundo vira de cabeça para baixo, sob líderes querendo impor suas crenças pessoais. Sim, o comportamento de um líder transforma a vida de liderados num paraíso ou inferno, tudo dependendo das convicções e ações que ele pratica na rotina da equipe.

Metaforicamente, pelas dificuldades e surpresas a todo momento, navegar em mares revoltos, com ondas gigantescas, que vem de todos os lados, associadas ao vento cortante que assobia e em meio à chuva que encharca os corpos, traz confusão. E, quando parece que as coisas vão melhorar, recebe-se outra rajada, mais uma onda e a chuva se intensifica.

Importante para o líder, que ele adquira novas habilidades no comando do “navio”. Pela adrenalina do momento, a chuva que continua batendo no rosto deve torná-lo mais resistente, forte no timão, com controle da respiração e aguçamento dos sentidos.

Bom, tudo que fica fora de prumo, volta, em algum momento, ao normal. Quando termina a tempestade, volta-se a navegar em mar calmo, com brisa suave e sol brilhante.

Sim, navegar em mares revoltos é difícil, mas, ótima oportunidade para, depois, com mares calmos, se descortinar os bons “capitães”, os verdadeiros “marinheiros” e os desprezíveis “ratos”.

Não foi em terra e em “céu de brigadeiro” que navegadores como Vasco da Gama, Cristóvão Colombo e Pedro Álvares de Cabral deixaram seus legados. Foi singrando mares sob tempestades e permitindo-se erros comportamentais mais perdas menores em razão de propósitos maiores.

Sim, provavelmente, se estivessem participando de “lives” nestes momentos, muitos “palavrões” não teriam acontecido.

Disponível para compra na Grafipel, em Jaraguá do Sul. Também com dedicatória personalizada, diretamente com o autor.

Emílio da Silva Neto

Dr. Eng. Industrial, Consultor/Conselheiro/Palestrante/Professor (*) Sócio da ‘3S Consultoria Empresarial Familiar’ (especializada em Processo Decisório Colegiado, Governança, Sucessão, Compartilhamento do Conhecimento e Constituição de Conselhos Consultivos e de Família). Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento

Curriculum Vitae: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4496236H3
Tese de Doutorado: http://btd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/08/Em%C3%ADlio-da-Silva.pdf
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