Infelizmente a educação de nosso trânsito é deficiente

Por: Editorial

31/05/2022 - 07:05

Como temos sustentado de forma recorrente neste espaço editorial, é louvável qualquer campanha, cujo objetivo seja o de proteger vidas. No entanto, ainda são alarmantes os números que o Brasil apresenta em relação aos acidentes e desrespeito às normas de trânsito.

Se por um lado avançam as tecnologias automotivas, leis, policiamento, estruturas e sinalizações viárias, entre outras variáveis, por outro, entretanto, a percepção que se tem, é de que não há avanço na conscientização do principal autor dos acidentes, o cidadão condutor.

Lamentavelmente, apesar das constantes campanhas, a educação, conscientização e tolerância dos usuários, vem se mostrando inversamente proporcionais ao crescimento e desenvolvimento dos meios de locomoção. Não tem sido nada diferente em nossa Jaraguá do Sul.

Se massificam os meios, mas não se massificam a cultura da segurança, educação e respeito no trânsito. É preciso reverter esse déficit de cidadania, cujos custos para a sociedade são irreparáveis. Alguns números comprovam isso em nossa cidade: das 63.622 infrações cometidas em 2021, 41,6% foram por excesso de velocidade; 30,7% por avançar sinal vermelho de semáforos; 7% por estacionamento fora das normas; 2% por irregularidades no veículo; 2% por dirigir manuseando celular; e 16,7% por outros motivos.

Como se pode ver, esse é um fiel retrato da falta de educação, que se converte na maior causa dos acidentes. Por isso reiteramos o que já sustentamos aqui: a humanização do trânsito nos impõe uma reflexão mais profunda.

O modelo de sociedade da pressa que não nos leva, essencialmente, a lugar algum, nos faz reféns dos veículos e nos torna condutores ofensivos. Isso não faz o menor sentido. Conclui-se assim, que a paz que almejamos no trânsito, requer um “pisar no freio” comportamental por parte de todos: pedestres, ciclistas, passageiros e condutores.

Urge tomarmos outra via, sinalizada com gestão pública visionária, leis mais rigorosas, fiscalização mais intensa, multas mais pesadas e, sobretudo, muita educação e conscientização dos cidadãos. Ou continuaremos na contramão